terça-feira, 1 de dezembro de 2009

MUITO ALÉM DAS CALÇADAS

MUITO ALÉM DAS CALÇADAS

Travestis e Transexuais do Brasil discutem identidade e políticas públicas no Rio de Janeiro de 6 a 11 de dezembro durante o
16º Entlaids no Hotel Golden Park - Glória

“Muito prazer, eu existo!”. Com este slogan, duzentas/os ativistas das cinco regiões do país se reúnem no 16º Encontro Nacional de Travestis e Transexuais (Entlaids) para discutir temas como utilização do nome social em documentos pessoais e políticas públicas em diferentes áreas, com o objetivo de assegurar a cidadania plena dessa parcela da população. Pela primeira vez na história do país, as TTs unificarão discurso de como querem ser enxergadas e respeitadas. Durante o evento, que é deliberativo, elas construirão finalmente o conceito do que é ser uma travesti e um (a) transexual.

A 16ª edição do encontro, coordenada pela Astra-Rio (Associação de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro), acontece no Hotel Golden Park (Rua do Russel, 374 – Glória) e receberá autoridades governamentais, como o Governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, secretários municipais e estaduais, além de acadêmicos e ativistas do Movimento LGBT em geral. A atriz Carolina Ferraz e o estilista Carlos Tufvesson são os padrinhos do evento. “Fui batizado militante na pia da Astra-Rio. Tenho um carinho imenso por essas meninas”, orgulha-se Tufvesson.

Para a presidente da Astra-Rio, Majorie Marchi “é um desafio para nossa associação organizar na Cidade Maravilhosa o maior e mais importante evento nacional voltado para travestis e transexuais. É um importante momento de protagonismo para nós, justamente porque temos urgência em debater temas como trabalho, educação, segurança, renda, emprego, gênero e saúde. No Brasil, há poucas políticas que atendam as demandas da nossa realidade porque nossos governantes se baseiam em estudos internacionais que não condizem com que nós TTs vivenciamos no dia-a-dia em nosso país”, esclarece.

A coordenadora do Entlaids ainda sinaliza que durante o encontro será apresentada uma proposta de se ter um processo travestilizador para o Sistema Único de Sáude. Atualmente, o SUS já realiza um processo transexualizador (administração de hormônios antes da cirurgia, acompanhamento anual das taxas hormonais e por dois anos antes e após a cirurgia de transgenitalizaçã o por equipe multidisciplinar para apenas mulheres-trans) .

Almejando o reconhecimento da identidade travesti a partir de políticas públicas específicas, a proposta prevê ações como terapia com hormônios. Isso reduziria o uso de silicone líquido, utilizado para modelar o corpo, diminuindo, também, o risco de morte pelo uso da substância. Também será discutido o aumento do número de cirurgias de transgenitalizaçã o, bem como o acesso de transexuais masculinos (homens-trans) às políticas de saúde, que não são contemplados atualmente pelo SUS.

Entenda o Entlaids
Todo ano é aprovado um regimento interno com diretrizes do evento. Ao todo, são 80 delegadas/os (com poder de voto), 100 convidados (sem poder de voto) e 20 palestrantes das cinco regiões do Brasil. Nos grupos de trabalho, TTs vão deliberar como querem ser entendidas, medida importante para afinar o discurso em dimensão nacional e ter mais visibilidade nas políticas públicas em diferentes áreas sociais.

A partir dessas discussões, elas fortalecerão o Projeto de Lei 2976/08, criado pela então Deputada Federal Cida Diogo (PT-RJ) que contou com a justificativa redigida por Majorie Marchi e que tramita na Câmara de Deputados. O PL 2976/08 cria a possibilidade das pessoas que possuem orientação de gênero travesti, masculino ou feminino, utilizem ao lado do nome e prenome oficial, um nome social.

Além de mesas de debates, oficinas de cidadania (elaboração de projetos, advocacy e organização institucional) e rodas de conversa, haverá show com Ângela Leclery e projeção de vídeos sobre o tema nos intervalos. Por fim, as TTs elegerão a cidade-sede do Entlaids do próximo ano.

O evento conta com o patrocínio do Governo Federal (através do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Direitos Humanos/PR); do Governo do Estado do Rio de Janeiro (através da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e da Secretaria de Saúde e Defesa Civil); da Prefeitura do Rio (através das Secretarias de Turismo, Saúde e Assistência Social); e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU); além do apoio da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e da PACT Brasil.

Veja aqui o cartaz do evento.


Serviço
16º ENTLAIDS – Encontro Nacional de Travestis e Transexuais
Data: 6 a 11 de dezembro de 2009
Local: Hotel Golden Park - Rua do Russel, 374 – Glória
Contato: (21) 4104-0927 | (21) 8278-2633
Email: astra.rio@gmail. com
Blog: http://associacaoda stravestisetrans exuaisrj. blogspot. com

terça-feira, 24 de novembro de 2009

MINHA COMPETÊNCIA NÃO TA RELACIONADA COM QUEM EU DORMO

OI, primeiro gostaria de dizer que vou tirar um fardo das minhas costas neste momento que te escrevo isso. Sou policial militar do estado do espírito santo. E nunca te disse isso por que tinha vergonha. Vergonha não de ser militar, por que tenho maior orgulho do que faço. Não faço por dinheiro, não faço por prazer, entrei na polícia por que queria ajudar as pessoas e até hoje continuo com esse mesmo pensamente, se fosse diferente tinha saído por que convites para a bandidagem têm todo dia, mais não conseguiria dormir direito. Bom então por que envergonhado, por que eu me apaixonei por uma travesti linda e maravilhosa, super do bem, super educada ativista, luta pelos seus direitos, do bem mesmo. Mais isso é vergonha pode perguntar? Não. A vergonha estar em ver a cada dia a ignorância, para não dizer despreparo dos meus colegas policiais militares para lidar com minorias, principalmente transexuais e travestis. Vejo constantemente agressões e tenho que interferir pra que essas agressões cessem e muitas vezes sou sancionado moralmente por meus colegas de farda. Isso mesmo, pasmem, mais na cabeça deles era para eu deixar essa pessoa inocente apanhar apenas pelo fato de ser travesti ou transexual. E que situação me vejo agora, apaixonado por uma travesti e tendo que conviver com isso. Por que é como se estivesse agredindo meu amor cada vez que vejo uma agressão desta. Fui casado, tenho 38, mais sou separado a 7 anos e de repente me vi apaixonado por uma travesti. Difícil situação. Estou morando sozinho aqui em Vila Velha-ES, ela estar em BH-MG e pelo visto os transexuais e travestis sofrem o mesmo com os policiais por lá. Bom, ta na hora de revelar meu o nome do meu amor, ela se chama Liliane Anderson.
Bom meu amor agora isso é particular para você. Me perdoe! Me perdoe por ser tão covarde, me perdoe por ser falho com você, me perdoe por ser fraco. Eu te amo, a cada dia mais, sei que você é maravilhosa mais ainda não tivemos a coragem de largar nossas amarras... Mais vou te esperar e espero que me aceite assim, cheio de problemas, mais na certeza que jamais vou tocar minha mão em qualquer parte do seu corpo com agressividade ou violência por isso seria meu suicido moral.

Beijos

Te amo
Seu Amor...você sabe que é.....

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Link com o programa
http://www.ufmg.br/online/tv/arquivos/013361.shtml
Liliane Anderson
NÚCLEO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA GLBT DA
UFMG/(031)8869-0344 skype
www.fafich.ufmg.br/nuh(31)3409-6287
http://lilianeanderson.blogspot.com/

HISTÓRIA DO BRASIL LGBTs

100 DESVIANTES SEXUAIS MAIS CÉLEBRES

NA HISTÓRIA DO BRASIL

Salvador, Editora Grupo Gay da Bahia, 2000, 24p.
Luiz Mott


Esta lista inclui gays, lésbicas, travestis, transexuais, bissexuais e heterossexuais já falecidos, sobre os quais há fama pública e permanente, ou documentação escrita, de que tiveram alguma relação com o "amor que não ousava dizer o nome". É resultado de pesquisa bibliográfica e junto à memória oral da comunidade homossexual, e como tal, de acordo com a ética da pesquisa científica e jornalística, preserva o anonimato dos informantes quando solicitado. Como toda pesquisa histórica, está sujeita a revisão desde que novos documentos comprovem o contrário. Seu objetivo é científico e humanitário: visa resgatar a história da homossexualidade no Brasil, colaborando assim para a consolidação dos direitos humanos e cidadania plena das minorias sexuais.

Para facilitar a pesquisa e permitir uma melhor visualização da participação diversa dos praticantes célebres do homoerotismo na história do Brasil, agrupamos os nomes desta lista dentro das seguinte categorias: percussores e pioneiros; destaques coloniais;, arquitetos, paisagistas e engenheiros; artistas plásticos; artistas e diretores de cinema, teatro e televisão; cantores, compositores e carnavalescos; escritores; jornalistas; intelectuais; estrangeiros; heróis nacionais; líderes de direitos humanos; lideres religiosos; marginais; modistas e esteticistas; políticos; travestis; mulheres.

Entre os 100 "vips" citados, há poços homossexuais assumidos; outros que foram publica e notoriamente infamados de sê-lo, quer dentro da comunidade gay, quer na sociedade em geral; certos foram denunciados, processados e punidos devido à prática do homoerotismo; outros tiveram seus nomes citados e/ou referidos em obras impressas com os denominativos de sodomita, fanchono, pederasta, homossexual, invertido, efeminado, dândi, mulher-macho, lésbica, etc. Observa-se portanto um gradiente que inclui desde aqueles 100% homoeróticos, que ocupariam o número 6 da já citada Escala Kinsey, passando pelos bissexuais (n. 3) até os homens e mulheres predominantemente heterossexuais mas que de alguma forma se identificaram ou foram identificados como homossexuais, seja pela fama de terem praticado uma ou mais vezes "o amor que não ousava dizer o nome", seja por assumirem posturas ou adereços identificados com a cultura homossexual. Nestes casos, estão referidos como "vox populi gay".

Variadas e ecléticas são as fontes em que se baseia tal lista, incluindo processos civis e religiosos, obras científicas, teses e livros de memória, jornais e revistas, cartas e manuscritos originais, informação oral e através da internet. Para todos os nomes há indicação de uma ou mais fonte, preservando- se a identidade do informante da notícia oral quando solicitada, a fim de proteger a privacidade da fonte – prática aceita e observada pela ética científica e jornalística.

Levando-se em conta a época em que vivemos, milênio marcado pelo sexo explícito, pela descriminalizaçã o e despatologizaçã o da homossexualidade, assim como pelo crescente interesse das minorias sociais em resgatar a história de seus ícones, não há razão para que os familiares destas celebridades aqui arroladas considerem ultrajante ou injúria à memória das celebridades aqui citadas sua inclusão nesta lista – que tem como patronos e eleva estes brasileiros "vips" ao mesmo panteão da glória de Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci, Shakespeare, Robin Hood, Tchaikovsky, Safo de Lesbos, Rainha Cristina da Suécia, Cervantes, Fernando Pessoa, Salvador Dali, Pasolini, Rei Davi e tantos outros luminares da humanidade, sobre os quais há indícios de terem praticado o amor que não ousava dizer o nome, ou de que foram desviantes e heterodoxos em matéria sexual. O leitor ou leitora interessados em conhecer mais detalhes sobre estes e muitos mais nomes de personalidades célebres infamadas internacionalmente de terem praticado o homoerotismo, consultem particularmente as duas mais completas enciclopédias da homossexualidade onde farta bibliografia remete às fontes documentais relativas a tais “vips”.

Considerando que a Constituição Federal proíbe qualquer tipo de discriminação e estabelece como objetivos fundamentais da República "a consolidação de uma sociedade livre, justa e solidária, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação" – consideramos que a divulgação desta lista está plenamente amparada por nossa Lei Maior – contrariamente às eventuais manifestações em contrário, estas sim, representando grave violação dos direitos e garantias das minorias sexuais em seu livre arbítrio de pesquisar, resgatar a história e divulgar os nomes daqueles que mesmo vivendo em épocas de extrema homofobia, nem por isto se curvaram à opressão e fanatismo dos preconceituosos e intolerantes. Se nem personalidades famosas contemporâneas, como Presidentes da República, Políticos, Artistas e outras celebridades brasileiras tentaram incriminar àqueles que na imprensa os apontaram como "homossexuais"; se nem o poeta Gregório de Mattos em pleno domínio da Inquisição, recebeu qualquer punição por declarar que "Jesus era sodomita", ancorado em tais precedentes, não teme o autor desta lista que juiz algum venha a consider criminosa a divulgação destes dados – originalmente dados à luz por ocasião das comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil. Naquela ocasião manifestei a esperança de que nossa história, tão marcada até então pelo preconceito e discriminação anti-homossexual, seja doravante dominada pelo respeito à diversidade sexual e ao resgate da biografia integral e sem censura destas celebridades aqui homenageadas, cumprindo-se o vaticínio do poeta bissexual Fernando Pessoa: "O amor que é importante, o sexo um acidente; pode ser igual, pode ser diferente!"

I. PERCURSORES E PIONEIROS

2. Estevão Redondo, 1o homossexual degredado para o Brasil, Pernambuco, 1547
3. Padre Frutuoso Álvares, 1o homossexual vítima da Inquisição no Brasil, Bahia, 1591
4. Francisco Manicongo, escravo africano, 1o travesti do Brasil, Salvador, 1591
5. Jerônimo Parada, estudante baiano, 1o michê do Brasil, Bahia, 1591

II. DESTAQUES COLONIAIS

6. Diogo Botelho, 5o Governador Geral do Brasil, 1605
7. Luiz da Câmara Coutinho, Governador Geral do Brasil, final do século XVII
8. Frei Luiz Moreira, Provincial da Ordem Beneditina, Bahia, 1610
9. Índio Tibira Tupinambá do Maranhão, executado como bucha de canhão pelos capuchinhos franceses, São Luís, século XVII
10. Padre Antônio Guizeronde, Reitor do Colégio dos Jesuítas da Bahia, 1730

III. ARQUITETOS, PAISAGISTAS E ENGENHEIROS

11. Paulo Henrique Prata Lacerda, arquiteto, projetor do Ginásio de Barcelona dos Jogos Olímpicos, 1990
12. Roberto Burle Marx, paisagista, tapeceiro e pintor, RJ, 1909-1994

IV. ARTISTAS PLÁSTICOS

13. Raimundo Falcão de Oliveira, príncipe dos pintores naifs do Brasil, baiano, suicidou-se em Salvador, Bahia, 1930-1966
14. Darcy Penteado, pintor paulista, um dos fundadores do jornal gay Lampião, SP, 1926-1987
15. Jorge Guinle Filho, artista plástico, NY- RJ, 1947-1987
16. José Pedreira, antiquário, diretor de Museu de Arte da Bahia, fundou o bar Anjo Azul, Salvador
17. Hélio Oiticica, amante dos negros e partidário da "arte para vestir"

V. ARTISTAS E DIRETORES DE CINEMA, TEATRO E TELEVISÃO

18. Amacio Mazzaropi, ator e diretor de cinema, SP, 1912-1981
19. Luiz Antônio Martinez Corrêa, Diretor Teatral, barbaramente assassinado por garoto de programa, RJ, l987
20. Mário Peixoto, diretor de cinema, RJ , 1908-1992
21. Carlos Augusto Strazzer, ator, 1993
22. Moacir Moreno, ator do grupo Patifaria Baiana, A Bofetada, Salvador, 1994
23. Alberto Cavalcanti, cineasta, diretor artístico da Vera Cruz, S. Paulo
24. Mário Gusmão, dançarino ator de teatro e cinema, Bahia, 1928-1996

VI. CANTORES, COMPOSITORES E CARNAVALESCOS

25. Francisco (Chico) Alves, cantor, 1898-1952
26. Assis Valente, compositor, autor da canção Cidade Maravilhosa, 1911-1958
27. Evandro Castro Lima, baiano, campeão de fantasias de carnaval no Rio de Janeiro
28. Orlando Dias, cantor popular, BA/ RJ
29. Cazuza, (Agenor de Miranda Araújo Neto) compositor e cantor de rock,RJ, 1958-1990
30. Oswaldo Nunes, sambista carioca, 1991
31. Ismael Silva, cantor popular, RJ,
32. Renato Russo, cantor e compositor,1960- 1996

VII. ESCRITORES , JORNALISTAS, INTELECTUAIS

33. Álvares de Azevedo, (Aluízio Manuel Antônio) escritor, SP- RJ, l83l-l852
34. Junqueira Freire (Luiz José) , monge beneditino e poeta, Salvador, 1832-1855
35. Olavo Bilac, (Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac) escritor e patrono do exército, l865-l9l8
36. João do Rio, (João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto), jornalista e escritor carioca, membro da Academia Brasileira de Letras, 1881-1921
37. Mário de Andrade, (Mário Raul de Morais Andrade), escritor e crítico de arte, apelidado “miss S.Paulo”, l893-l945,

38. Ernani Rosa, poeta catarinense, Florianópolis , 1886-1955
39. Mário Faustino dos Santos e Silva, poeta e crítico literário do Jornal do Brasil, Teresina, 1930-1962
40. Lúcio Cardoso, (Joaquim Lúcio Cardoso Filho), escritor, autor de Crônica de uma casa assassinada, MG-RJ, 1913-1968

41. Pascoal Carlos Magno, teatrólogo e embaixador, fundou o Teatro do Estudante do Brasil, RJ, 1906-1980
42. Octávio de Faria, escritor, autor de vasta obra literária, como A Montanheta e Mundos Mortos, membro da Academia Brasileira de Letras, RJ, 1908-1980
43. Luiz Pereira, Professor e Doutor em Sociologia na Faculdade de Filosofia da USP, 1983
44. Pedro Nava, escritor e memorialista, RJ, 1903-1984
45. Gilberto Freyre, sociólogo e antropólogo pernambucano, Recife, 1900-1987
46. Sílvio Lamegna, jornalista e crítico de arte da Bahia, 1989
47. Walmir Ayala, escritor gaúcho, crítico de arte, premiado pela Academia Brasileira de Letras, RJ, 1933-1991
48. Herbert Daniel , escritor e militante contra a Aids, RJ, 1992
49. Antônio Crisóstomo (Roosevelt A.C. de Oliveira), escritor e jornalista, um dos fundadores do jornal gay Lampião da Esquina
50. Caio Fernando de Abreu, escritor, SP, 1996
51. Gasparino da Matta, escritor, editor do jornal O Lampião

VIII. ESTRANGEIROS QUE VIVERAM NO BRASIL

52. Guido Boggiani, italiano, etnólogo, pintor e fotógrafo, morreu entre os índios do Mato Grosso, 1861-1901
53. Antônio Botto, poeta português, autor de poesia erótica, morou no Rio de Janeiro, 1897-1959
54. Zimbinskiy (Zbigniew Mariam) ator, diretor e professor de teatro, Polônia-RJ, 1908-1978
55. Túlio Carella, argentino, teatrólogo, morou em Recife nos anos 60, 1979
56. Lennie Dale, (Leonardo La Ponzina Dale), dançarino, norte-americano radicado no Brasil, NY, 1934-1994
57. Pierre Verger, fotógrafo e etnógrafo franco-baiano, viveu na Bahia, 1995
58. Gérard Lebrun, filósofo francês, mestre na USP, 1999
59. Nestor Perlongher, argentino, poeta e antropólogo da Unicamp, homossexual assumido

IX. HERÓIS NACIONAIS

60. Zumbi dos Palmares, líder quilombola, Alagoas, 1695
61. Tiradentes, Alferes Joaquim José da Silva Xavier, líder da Inconfidência Mineira, MG-RJ, 1746-1792
62. Conde de Galveas, conhecido como Dr.Pastorinha na corte de D.João VI, 1814
63. D.João VI, Rei de Portugal e Príncipe do Brasil, Lisboa, 1767-1826
64. Visconde de Araguaia, Domingos Magalhães, diplomata e escritor, RJ, 1911-1882
65. José Vieira Couto Magalhães , escritor, herói da Guerra do Paraguai, 1837-1898
66. Conde d’Eu, (Louis Philippe Marie Fernand Gaston), esposo da Princesa Isabel 1842-1922,
67. Santos Dumont, inventor do avião, MG-SP, l873-l932

X. LÍDERES DE DIREITOS HUMANOS

68. Paulo César Bonfim, natural de Itabuna, fundador do GAPA/SP, 1-10-1992
69. Roberto Peruzzo Nascimento, fundador do Grupo de Incentivo à Vida, SP, 1956-1993
70. João Antônio Mascarenhas, Fundador do Movimento Homossexual Brasileiro, 1827-1998

XI. LIDERES RELIGIOSOS

71. Pastor Pedro Moura, da Igreja Batista do Garcia, Salvador, 1914
72. Manuel Bernardino da Paixão, Pai de Santo do Terreiro Bate-Folha, Salvador, 1947
73. Procópio Xavier de Souza, Terreiro do Ogunjá , Salvador, 1947
74. D.Clemente Nigra, beneditino, fundador do Museu de Arte Sacra da Bahia,
75. D.Magno Mattos Salles, 69, Bispo da Congregação dos Padres Missionários de Jesus, da Província Eclesiástica da Bahia, Itabuna, l99l
76. Joazinho da Goméia, Pai de Santo, Bahia/RJ

XII. MARGINAIS

77. Febrônio Índio do Brasil, o mais famoso assassino homossexual dos anos 20
78. Madame Satã, (João Francisco dos Santos) malandro popular da Lapa, transformista, RJ, 1900-1985

XIII. MODISTAS, ESTETICISTAS

79. Dener, (Pamplona de Abreu), estilista paraense radicado em S.Paulo, 1936-1978
80. Markito, estilista de SP, 1o gay vip a morrer de Aids no Brasil, 1983
81. Ney Galvão, estilista baiano radicado em S.Paulo
82. Gil Brandão, figurinista e arquiteto, contratado pela TV Globo, Rio de Janeiro, 1983
83. Silvinho, famoso esteticista de SP, bissexual assumido

XIV. POLÍTICOS

84. Sabino Álvares (Francisco S.A. da Rocha Vieira) , médico e revolucionário baiano, líder da Sabinada, Salvador, 1846
85. Renildo José dos Santos, Vereador de Coqueiro Seco, AL, assassinado após bárbara tortura, seu nome hoje foi conferido ao Prêmio da Associação Bissexual da Austrália, 1993

XV. TRAVESTIS

86. Traviata, famosa travesti e cantora carioca do final do século XIX
87. Darwin, o mais famoso travesti/transformi sta brasileiro no início do Século XX, apresentava- se no Cine S.Paulo , 1921
88. Gilda, travesti mais folclórico das ruas de Curitiba, 1983
89. Florípes, (Benedito Matos), pioneira drag-queen da Bahia, 1984
90. Brenda Lee, líder travesti, fundou em SP casa de apoio para travestis vivendo com Aids, 1996

XVI. MULHERES

91. Felipa de Souza, 1a lésbica a ser sentenciada pela Inquisição no Brasil, 1591
92. Quitéria Sequa, mulher do Alcaide de Ilhéus, 1a relação lésbica documentada no Brasil, 1562
93. Nise, lésbica de grande beleza, cantada por Gregório de Mattos, Bahia, século XVII
94. Maria Úrsula de Abreu Lancastre, RJ, notabilizou- se com o nome de soldado Baltazar Couto Cardoso, 1714
95. Imperatriz Leopoldina, (Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo), trocou cartas de amor com sua ex-dama de companhia, Maria Graham, Áustria-RJ, 1797-1826
96. Maria Graham, escritora inglesa, foi dama de companhia da Imperatriz Leopoldina, Inglaterra, 1785-1842
97. Maria Quitéria, alistou-se com o nome de soldado Medeiros, sem ser identificada como mulher, Bahia, 1792-1853
98. Jovita Alves Feitosa, cearense, vestida de homem, alistou-se no Corpo dos Voluntários da Pátria, RJ, 1848-1867
99. Rosely Roth, líder do Grupo de Atuação Lésbico-Feministas, SP
100. Lota de Macedo Soares, arquiteta, dirigiu o projeto o Aterro do Flamengo, 1967
101. Sandra Mara-Anderson Herzer, "o Bigode", transexual, autora de A Queda para o Alto, 1962-1982
102. Cássia Eller, cantora e compositora, assumidamente lésbica, casada com Eugênia a quem a justiça confiou a guarda de seu filho Chicão.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Assuntos Sociais PLC 122/06

OMISSÕES / Assuntos Sociais
10/11/2009 - 12h20
Aprovado projeto que criminaliza a homofobia
Proposta segue para a comissão de direitos humanos
A criminalizaçãoda discriminação contra idosos, deficientes e homossexuais foi aprovada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na forma de um substitutivo da senadora Fátima Cleide (PT-RO) ao projeto de lei da Câmara (PLC 122/06). A proposta original, de autoria da então deputada Iara Bernardi, inclui na já existente lei que pune a discriminação por racismo, religião ou local de nascença, a punição de atos discriminatórios por sexo, gênero ou orientação sexual.
A proposta agora volta à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Caso aprovado, o projeto retornará à Câmara dos Deputados uma vez que foi modificado pelos senadores.
Mais informações a seguir
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

REITORIA-PROEX-Polo Jequitinhonha

POLO EM AÇÃO

Seminário LGBT
Nos dias 06 e 07 de novembro, a cidade de Jequitinhonha sedia o Seminário de Direitos e Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) no Vale do Jequitinhonha. O evento, que acontece na Câmara de Vereadores do município, foi pensado a partir de uma demanda de comunidades LGBT do Vale por visibilidade e articulação. A iniciativa busca fomentar a organização e consolidação do movimento LGBT no Vale, com vistas a uma atuação politicamente relevante. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por e-mail, telefone e no próprio dia do evento. O Seminário de Direitos e Cidadania LGBT no Vale é uma promoção do Programa Polo e do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG (Nuh), com apoio da Prefeitura de Jequitinhonha e da Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Vale do Jequitinhonha (Fecaje). Saiba mais e confira a programação do Seminário no Portal Polo.

Economia da Cultura
O Programa Polo participa, nos dias 18 e 19 de novembro, do Seminário Nacional de Economia da Cultura e Extensão Universitária, na cidade do Rio de Janeiro. O Polo vai apresentar trabalho relativo ao Projeto Artesanato Cooperativo: fortalecimento do associativismo para o desenvolvimento da produção artesanal do Vale do Jequitinhonha, iniciado em janeiro pelo Programa Polo e com continuidade prevista para o próximo ano. O Seminário Nacional de Economia da Cultura e Extensão Universitária é uma iniciativa do Ministério da Cultura e visa debater as possibilidades de atuação das universidades no fomento à economia da cultura. Conheça melhor o Projeto Artesanato Cooperativo no Portal Polo.

Rede no ar
Já está disponível na internet a página da Rede de Juventudes do Médio Vale do Jequitinhonha! Desenvolvido pelos participantes do projeto Rede de Juventudes, com a parceira da Associação Imagem Comunitária (AIC), por meio da Agência de Comunicação Solidária, o sítio busca dar visibilidade às ações da Rede e estimular a integração tanto entre seus membros quanto entre a Rede e seus eventuais parceiros. A Rede de Juventudes é formada por jovens das cidades de Araçuaí, Itaobim e Padre Paraíso e sua constituição foi estimulada pelo projeto de mesmo nome, desenvolvido pelo programa Polo em 2009. Acesse o site da Rede de Juventudes e saiba o que esses jovens estão fazendo.


NOVAS DO VALE

Jornada Cultural
Entre os dias 30 de outubro e 07 de novembro, Jequitinhonha é palco da II Jornada Cultural da cidade de Jequitinhonha. Iniciativa do Instituto Cultural Dona Mercedes, por meio da Casa de Cultura de Jequitinhonha, a Jornada acontece em comemoração ao centenário de Dona Mercedes e conta com palestras, exposições, oficinas culturais, seminário e lançamento de livros, dentre outros. Saiba mais em matéria no Portal Polo. Confira a programação completa aqui.

Educação a distância
Estão abertas, até 9 de novembro, as inscrições ao Vestibular UFMG 2010 para os cursos a distância Licenciatura em Ciências Biológicas e Licenciatura em Química. Os cursos serão ofertados em cinco mesorregiões de Minas Gerais, dentre elas o Vale do Jequitinhonha (polo em Araçuaí) e o Vale do Mucuri (polo em Teófilo Otoni). Ao todo, a Universidade oferece 500 vagas, sendo 250 destinadas a quaisquer interessados e outras 250 reservadas a professores da rede pública de ensino. A inscrição, no valor de R$80, deve ser feita pela internet e as provas acontecem no dia 29 de novembro. Saiba mais na página da UFMG.



Para dúvidas, sugestões e críticas, ou se deseja não receber mais nosso informativo, envie um e-mail para polojequitinhonha@proex.ufmg.br



Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha
Coordenadoria de Comunicação, Cultura e Meio Ambiente da Pró-Reitoria de Extensão da UFMG
Sala 6005 – Prédio da Reitoria – Campus Pampulha
Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha
Belo Horizonte / Minas Gerais
(31)3409-4067 / 4043

www.ufmg.br/polojequitinhonha

NOTÍCIAS DO VALE LGBT no Vale do Jequitinhonha

Programa Polo e NUH/UFMG articulam a discussão em torno da temática

Luanda Queiroga

O Programa Pólo Jequitinhonha, em parceria com o Núcleo de Direitos Humanos e cidadania LGBT (Nuh/UFMG), realizou entre os dias 28 e 29 de agosto duas reuniões para tratar da temática LGBT no Vale do Jequitinhonha.

O encontro do dia 28 ocorreu na cidade de Jequitinhonha e contou com a presença, dentre outros, do grupo das Blayblaydys (auto-denominação de um grupo LGBT da cidade) de profissionais da educação e de membros da Secretaria de Educação municipal. No dia 29, o encontro aconteceu na cidade de Araçuaí e contou com a presença da Diretora Executiva da Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Vale do Jequitinhonha, Ângela Freire, de representantes da comunidade LGBT da cidade e do grupo Blayblaydys.


Os encontros possibilitaram a articulação dos grupos para a realização do Seminário LGBT no Vale do Jequitinhonha, que acontece entre os dias 06 e 07 de novembro de 2009, na cidade de Jequitinhonha. O evento pretende discutir as temáticas LGBT sob um viés político e cidadão.


Leia abaixo depoimento de Liliane Anderson, educadora social do Nuh e vice-presidente Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), sobre a questão LGBT no Vale do Jequitinhonha.

"A experiência lá no Vale do Jequitinhonha foi muito legal. Desde quando o Polo convidou o Nuh para fazer parte desta iniciativa, eu me lembrei de uma história que vivenciei em Belém do Pará, que também começa com a iniciativa de um grupo cultural do movimento. Chegando lá no Vale, tive a oportunidade de conhecer duas realidades diferenciadas na região. A questão da cidade de Jequitinhonha, cidade bem pequena, com poucas dificuldades e muitas portas de entrada que o grupo tem para articular diretamente com a questão da cultura e educação. Nesta cidade, eu percebi muita abertura, principalmente pelo fato de haver duas travestis dentro do contexto da educação. Em Araçuaí eu saí um pouco frustrada e muito preocupada, devido à questão de ver um fundamentalismo religioso e a falta de ajuda institucional ao grupo. Mas a partir do momento em que um grupo se expõe a fazer um evento, onde a gente cria uma expectativa de poder colaborar na mudança, há uma perspectiva de melhora da situação, e este grupo tem muitas possibilidades de se fortalecer enquanto instituição, e é o que eu deixei de proposta para o grupo: formalizar uma instituição, no papel, com CNPJ, criar coordenações regionais, porque daí as pessoas começam a aparecer e outros grupos também se interessam em militar juntos na esfera do governo e discutir todas as questões implicadas com a temática LGBT, além de fazer o controle social, que é o dever e obrigação de todo movimento social.


Acho que lá no Vale teremos um grande resultado, porque quando você vê pessoas sensíveis, ligadas ao governo, como por exemplo, a Secretaria de Educação de Jequitinhonha, que dá um bom respaldo e curiosidade para debater o assunto, e você tem ainda uma psicóloga que vem estudando pra debater junto, tem tudo pra que o grupo cresça. Agora depende não só da gente, depende do próprio grupo, porque eles é que tem que ser protagonistas na história regional. Vamos esperar o dia do evento, acho que já está tudo encaminhado, acho que eu atendi meu intuito (que era o de colaborar), porque é difícil sair de BH, 12 horas de viagem, e ver uma realidade diferenciada. Quando a gente vai falar da população LGBT, estando dentro de uma estado, a gente fala das questões mais próximas, com municípios a 4 ou 6 horas de viagem. Uma região como o Vale, que está totalmente distante, a gente percebe que questões de políticas públicas não existem. Nossa obrigação enquanto Nuh e enquanto Pólo é colaborar, e eu, enquanto representante da ABGLT sinto que tenho muito a colaborar neste grupo".




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Primeira transexual brasiliense a chegar a um doutorado na UnB fala sobre preconceito

Publicação: 08/11/2009 08:51 Atualização: 08/11/2009 09:59
O encontro foi marcado na Universidade de Brasília (UnB) ao meio-dia e meia da quinta-feira chuvosa. Lá estava ela, pontualmente. O ambiente lhe é muito familiar. Afinal, as mais recentes conquistas — aquelas que conduziram e ainda conduzirão seu destino profissional — ali aconteceram. De longe, avista-se aquela mulher negra, de 1,77m e 75 kg. O peso só foi revelado depois. Talvez, depois da idade, seja o maior e mais temido segredo de qualquer mulher. Os cabelos, em aplique, são médios e cuidadosamente cacheados. Veste terninho bege, com blusa de seda preta. Os sapatos, de salto alto, combinam com a blusa. A bolsa também é preta.



Nos dedos da mão direita, dois grandes anéis. E uma aliança muito especial no anelar da esquerda. É a prova do compromisso de casamento. A moça ainda vive a lua de mel. O noivo — um homem solteiro, jornalista, pai de três filhos — mora no Rio de Janeiro, mas se prepara para mudar-se para Brasília. A fala é delicada, sutilmente delicada. Não há falsete. Ela anda sem rebolar, sem estardalhaços, sem provocações. Não faz questão de chocar. A moça, de 31 anos, além de elegante, é discreta. Tem o sorriso bonito, às vezes tímido, como se ainda tivesse medo de sorrir. Dentes perfeitos. Olhos amendoados realçados com lápis preto e sombra. Nas unhas, esmalte vermelho. Nos lábios, batom do mesmo tom.


"Quero terminar meu doutorado, viver com o meu companheiro e lutar por todas as causas sociais e contra quaisquer formas de discriminação"


O nome dela? Jaqueline Jesus. Brasiliense, nascida no Hospital São Lucas, na Asa Sul. É filha de um sergipano operador de computador e de uma professora mineira de ciências. Família pequena, só tem um irmão, mais novo que ela. Jaqueline viveu a maior parte de sua vida em Ceilândia, no Setor O. Estudou em escolas com formação religiosa. Sempre foi uma das melhores alunas da sala. Gostava de artes , especialmente desenho. É funcionária da UnB, cedida ao Ministério do Planejamento. Formou-se em psicologia na universidade. Antes, porém, havia passado para química, mas desistiu no primeiro ano.

Fez mestrado — foi aprovada em primeiro lugar. Ano que vem, defenderá sua tese de doutorado no Instituto de Psicologia da UnB. Em tempo: também foi aprovada em primeiro lugar na seleção para o doutorado. Em tudo que se propôs fazer, Jaqueline se destacou como exemplo.

E daí? O que esta história tem de tão espetacular, além de revelar uma enorme capacidade de luta e conquista dessa moça? Quantos outros também não conseguiram tanto? A história de Jaqueline começa a fazer toda a diferença quando se descobre que ela nem sempre foi Jaqueline. Como? Jaqueline é uma impostora? Usou documentos de outra pessoa? Fraudou exames? Mentiu para todos o tempo todo? Nada disso. Na verdade, Jaqueline nasceu Jaques Jesus. Há um mês virou, efetiva, assumida e psicologicamente Jaqueline — uma mulher transexual (leia Para saber mais).

Preconceito

Esta história começa pelo fim. Mas, para entendê-la, é preciso voltar ao começo. O menino Jaques sempre foi delicadamente diferente. “Aos 6 anos, minha tia percebeu que eu não era como os outros meninos. Gostava de bonecas. Cheguei até a fazer casinhas de papelão pra elas, mesmo que não as tivesse por perto. Fingia que elas existiam e brincava assim mesmo. Não me identificava com nada de menino”, conta Jaqueline.

Aos 12 anos, além da tia, do pai, da mãe, dos parentes mais próximos e até de alguns vizinhos, todos sabiam que o filho do operador de computador e da professora era “diferente”. “Delicado demais”, cochichavam alguns, à meia-boca. A palavra homossexual jamais fora pronunciada. “Com 12 anos, tive a minha primeira relação com um garoto. Foi quando descobri que realmente me sentia atraída por homens.”

Jaqueline se tornou adolescente. Na escola — e fora dela —, sofreu toda sorte de preconceitos. “Os meninos me perseguiam, me agrediam verbalmente”, diz. Ainda assim, engolindo o choro, ela não tinha dúvida da sua orientação. “Aos poucos, fui construindo a minha identidade sexual e me vendo como um rapaz gay. O preconceito era duplo: além de negro, eu era gay.” O adolescente gay se tornou um homem gay. Passou a discutir questões da sexualidade, diversidade e os direitos das minorias. Engajou-se, para se sentir vivo.

Em 1997, aos 19 anos, começou a cursar psicologia. Na mesma época, Jaqueline entrou para a militância do Movimento de Gays, Lésbicas e Transgêneros (GLBT) de Brasília. Presidiu o Grupo Estruturação. Lutou por aquilo em que acreditava. Foi recebida por autoridades. Algumas conquistas se somaram. Em casa, porém, a homossexualidade de Jaques não era comentada. Assunto nunca dito. Palavra jamais pronunciada. O silêncio se fez respeito. Em 2000, aos 22 anos, mudou-se para o Plano Piloto. Foi morar com o primeiro companheiro. A relação durou 12 anos. “Ele terminou comigo assim que dei início ao meu processo de transformação. Disse que não saberia viver com uma mulher. Eu entendi. Sofri muito. Ficou a amizade.”

Carta
Jaqueline mergulhou na análise. “Me perguntava o tempo todo: ‘Será que sou mesmo transexual?’. Passei por momentos de muita angústia.” Com a ajuda da terapeuta, descobriu aos poucos que não desejava se sentir um homem homossexual, mas uma mulher. “Era a minha própria identidade de gênero”, explica. Ela começou a frequentar o grupo de transexuais do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Ouviu depoimentos de outros transexuais — homens e mulheres.

Jaqueline leu tudo a respeito do assunto. Procurou médicos e uma fonoaudióloga. Em maio deste ano, começou a usar hormônios, receitados por uma endocrinologista. E sentiu, aos poucos, as transformações físicas no seu corpo. Cresceram os seios. As feições ficaram mais delicadas, mais femininas. Os pelos, que eram poucos, hoje são eliminados com depilação a laser.

E é chegada a hora de mudar o guarda-roupa. Ternos, gravatas e sapatos deram lugar a terninhos, vestidos e saltos. “Doei todas as roupas masculinas.” Tudo pronto para a nova mulher que ela já sabia existir. E como enfrentar os colegas de trabalho, no ministério? Como sair Jaques, na sexta, e voltar Jaqueline, na segunda?

Com a formação em psicologia e o apoio recebido durante os anos de terapia, Jaqueline fez uma carta aos colegas do ministério. “Eu explicava todo o processo da minha transexualidade. E dizia que um dia chegaria vestida como de fato me sentia. Tive uma reunião com a chefia. O psicólogo do HUB foi ao meu trabalho”, detalha. Há um mês, Jaqueline se vestiu pela primeira vez como mulher. “Logo que cheguei, os porteiros comentaram que eu tava muito bonita. Me senti segura.”

Cirurgia
Alguns transexuais optam pela cirurgia radical de mudança de sexo — procedimento reconhecido e autorizado pelo Sistema Único de Saúde. Não aceitam de forma alguma a genitália masculina. Em casos extremos, quando não recebem apoio psicológico e não conseguem operar, chegam à automutilação e ao suicídio. Jaqueline faz acompanhamento no HUB justamente para decidir se quer ou não a cirurgia. “Meu órgão genital não me causa repugnância. Operar é uma decisão que requer análise e maturidade. E nenhuma dúvida”, reflete a doutoranda da UnB.

A luta agora é para conseguir mudar, na Justiça, o nome e, se possível, o gênero — feminino — nos novos documentos. “Juntarei os laudos médicos e darei para o meu advogado. O que fiz foi ajustar o meu corpo à minha identidade social”, explica. Com os olhos marejados, reconhece, ajeitando a aliança: “Consegui sair de dentro de mim mesma. Isso é renascimento”.

No Instituto de Psicologia da UnB, a torcida pela aluna do doutorado é unânime. “Há muito tempo não via a Jaqueline. Na verdade, a última vez que a vi, ela era Jaques. Esse é um momento histórico para toda a academia. Alguém que assume essa transformação, não apenas no ambiente privado, tem uma atitude política, no sentido de dizer que é possível sermos diversos, com nossas opções, escolhas, orientações, seja qual o nome se queira dar. O ser humano tem que estar bem na pele dele — seja com saia ou calça. E precisa ser reconhecido e aceito assim na sociedade”, defende a professora de Jaqueline, Ângela Almeida.

Ainda comovida com a nova aluna e tentando usar o pronome corretamente (“isso virá com o tempo”, explica), Ângela continua “Ele (ela) sempre foi brilhante e impertinente. Lutou pelo respeito e pela não homofobia”. Danielle Coenga, colega do mestrado, emenda: “Ela tá colocando em prática o discurso politicamente correto. É como se dissesse: ‘Eu sou isso aqui...’”. Para Sandra Studart, psicóloga e coordenadora do grupo de transexuais do HUB, a vitória de Jaqueline ajuda a sociedade a compreender melhor o universo dos transexuais: “Isso quebra o estigma da marginalidade, da prostituição e do subemprego que normalmente cerca essas pessoas”. Jaqueline é a primeira mulher transexual brasiliene a chegar ao doutorado na UnB.

Se no ambiente de trabalho e na academia a aceitação foi normal, em casa não houve tanto espanto. É bem verdade que o pai preferia ter um filho homossexual a uma mulher transexual. “Ele acha que o preconceito seria menor.” A mãe morreu há dois anos. “Ela entenderia bem. Sempre me aceitou”, diz. O irmão apresentou-a à namorada como irmã. No casamento de uma prima, Jaqueline se mostrou pela primeira vez vestida de mulher. Levou o novo companheiro. A avó, de 89 anos, olhou-a com compaixão e lhe disse, na frente de todos: “Minha filha, se você tá feliz, é isso que importa”. Todos entenderam. Novamente o silêncio se fez respeito.

E o que Jaqueline quer mais? “Terminar meu doutorado, viver com o meu companheiro e lutar por todas as causas sociais e contra quaisquer formas de discriminação. É isso que sonhei a vida toda. Minha luta não será em vão.” Antes de qualquer coisa, esta é uma história feita de demasiada coragem.


Para saber mais
Quando o gênero é incompatível

Transexualismo é a condição clínica em que se encontra um indivíduo biologicamente normal e, que segundo sua história pessoal e clínica e exames psiquiátricos, apresenta o sexo psicológico incompatível com a natureza do sexo somático. Portanto, um indivíduo que se encontra nesta condição tem uma autoimagem invertida e, por isso, se sente diferente (espécie/gênero) daquilo que fisicamente o representa (sexo/órgão). Isolado por esta disparidade, necessita se afirmar socialmente, inclusive em seu papel sexual, como pertencente ao sexo oposto.

Uma mulher transexual é uma pessoa que foi designada física e culturalmente como homem, no nascimento, mas que percebe a si, e espera que as pessoas a identifiquem como uma mulher. Algumas mulheres trans podem optar ou não por realizar uma cirurgia de redesignação sexual. Outras ainda podem não desejar fazê-lo. Isso porque partem do princípio de que mulher é acima de tudo uma condição social e não física.

Jornal da Rua

Vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (ALGBT)

“Muitas meninas que estão inseridas no espaço escolar são obrigadas a esconder a sua transexualidade enquanto estiverem na universidade, e até depois, para poderem se inserir no mercado de trabalho”, afirma Lili (à esquerda, na fotografia). Com personalidade e franqueza, a vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays Bissexuais e Transexuais (ALGBT), a capixaba Liliane Anderson conversou com universitários e professores do Uni-BH a convite do Jornal da Rua, no final da tarde de segunda-feira, 13 de abril de 2009.

No Centro de Produção Multimídia do Uni-BH, a transexual (ela assim se auto-denomina, mesmo sem ter feito cirurgia para mudança de sexo) abordou diferentes temas em duas horas de conversa com o público, tais como a diferença entre travesti e transexual, prostituição, invisibilidade social, projetos e atuação governamental para transexuais e travestis, saúde, violência física e desrespeito aos direitos do cidadão. Uma palestra franca e surpreendente, que você acompanha em detalhes no Jornal da Rua Online.

Travesti e transexual

O travesti não quer ser comparada nem como mulher, nem como homem. Nós, transexuais, quisemos participar do programa “Saúde da Mulher”, assim como ficamos junto com o movimento das feministas. As travestis vão usar o lado feminino no lado social, por medo de ser agredida. Mas a luta é outra. Nós, transexuais, mesmo os que não querem fazer cirurgia, repudiamos nosso órgão sexual, diferente das travestis que não repudiam. Eu não penso em fazer a cirurgia. Dá para perceber que o Brasil não está preparado para isso. Quantas cirurgias as “meninas” fazem e tem problemas adiante? E o tratamento psicológico que é passado não se encaixa no nosso padrão. >>> Para saber mais, clique aqui.

Transexuais com sexo-alvo masculino (mulheres que querem ser homens)

São muito pouco falados. Temos vários no Brasil. No Sudeste, temos o Xande, que tem uma filha, e que, com o tempo, se descobriu como homem. Temos também o Régis, que é de São Paulo e trabalha na Guarda Municipal. Quando se fala nisso, pensa-se muito no homem como mulher, mas existe o inverso também.

Invisibilidade

Como é que vocês vêem a questão dos travestis? [Lili rompe o silêncio momentâneo com a pergunta]. Às vezes, temos no nosso imaginário, uma imagem péssima delas, já que não conhecemos essa população. Se vocês falarem que não vêem, vou sair daqui com a minha identidade roubada, pois eu sei as olhadas que recebo quando saio às ruas. >>> Confira as respostas dos participantes clicando aqui.

Recepção no Ministério da Cultura

Eles sempre nos recebem muito bem, principalmente quando o Gilberto Gil era ministro, assim como o Ministério da Justiça. Tanto é que os dois ministérios estavam na nossa última conferência nacional LGBT e a Educação também esteve presente.

Exclusão em diferentes esferas

O primeiro espaço que é negado a essas pessoas [travestis] é o da família. É visto que é melhor a pessoa se vestir e se comportar como homem, por causa do vizinho e dos amigos.

Os travestis têm uma identidade que não necessita que carreguemos uma bandeira de arco-íris. Nossa identidade está estampada o tempo todo. Pro gay é muito mais fácil se inserir num ambiente, pois ele consegue passar batido, sem chamar muita atenção. Agora um travesti e um transexual, a partir do momento que mostra o documento, por mais feminina que seja, é detonada.

O segundo espaço é o escolar. Este [1] “Educação para Todos” é falso. O educador não está sabendo lidar com a homossexualidade e a gente vê isso o tempo todo. Eles chamam o pai para “resolver o problema”, e, o que ele vai fazer com aquela criança? Ou vai mudar de escola ou vai espancar. Ali a criança começa a assumir a homossexualidade dela. Começa a tomar hormônio, construir sua identidade, até usar roupa feminina. A escola não está preparada para aceitar. Começam as piadas dos próprios professores, depois vem dos alunos e esse aluno homossexual vai sair da escola. Uma travesti pode entrar na universidade, mas ela não vai conseguir sair formada dali.

O terceiro espaço é a sociedade, que é hipócrita. O travesti que está no sinal incomoda, mas ninguém para e reflete sobre que leva essas pessoas a se prostituírem. É muito mais fácil apontar o dedo e fazer uma crítica. Eu acho que os universitários têm que levantar essa pauta. Mas não adianta fazer pesquisa e ficar engavetada. Isso é o que a gente mais vê (Lili fala sobre as diferentes esferas de exclusão).

Prostituição

O Nordeste é onde as crianças saem mais cedo de casa e vão para a prostituição, com 13, 14 anos. Em São Paulo há uma casa de prostituição com 300 travestis do Nordeste. O conselho tutelar não assiste a essa população de crianças travestis, que estão na prostituição e que nem são daqui! Esses dias, eu passei três dias na zona de Campinas e vi um garoto de 14 anos se prostituindo. A sorte dele é que a cafetina o colocou na escola. Isso, porque ela é politizada. Se não fosse, ele estaria apenas trabalhando. Lá, o trabalho na zona começa 9 horas da manhã e vai até 22. Quem vai lá, está à procura de sexo. É um lugar só de prostituição, em que você encontra meninas e travestis. Menina menor de idade não encontra, mas travestis menores [de idade] são o que mais têm.

Nunca me prostituí, mas não sou contra. Sou contra umas meninas que querem discutir a prostituição e eu acho que não é o momento para discutir isso. Quantas universitárias você vê na prostituição? Quantos desclassificados? Quantas mulheres na Guaicurus? Elas estão ali porque fizeram disso uma profissão. Infelizmente, na nossa vida [isso] é muito complicado, porque hoje eu estou aqui, mas amanhã eu não sei. A questão é falta de opção. Quando meu contrato acabou na prefeitura fiquei louca pensando o que iria fazer, se iria pra rua, o que faria. Até que o [2] Marco Aurélio me convidou para UFMG. Por isso, não sou nem a favor e nem contra, eu respeito aquelas que fazem disso a sua profissão.

Projetos

O movimento, hoje, tem vários projetos. Temos para os GBT. Temos o Tulipa, que fui coordenadora na Região Sudeste. O único estado que não consegui chegar foi Minas Gerais, o pior para se aproximar. Eu achava que não conseguiria alcançar São Paulo, por ser enorme. Mas a aceitação foi ótima. Já o governo de Minas não faz nada. Fica com cara de paisagem, para todo mundo achar que é ótimo, e é péssimo. Os setores sociais não conseguem bater de frente com o governo. >>> Confira mais projetos clicando aqui.

Destaques

Temos uma engenheira civil que é travesti. Ela trabalha em uma obra e quebra todos os preconceitos.

Tivemos a Janaína Dutra, uma advogada de Fortaleza que veio a falecer. Ela foi a única do Brasil com a carteirinha da OAB e, ainda, ficou no Ministério da Justiça. Muitas das leis que temos hoje na saúde foram implantadas por ela, que conseguiu conquistar a bancada evangélica. (Roberto pergunta a Lili sobre destaques entre os travestis). >>> Clique aqui e conheça outros casos bem-sucedidos.

Concurso público

Muitas pessoas perguntam por que os travestis não fazem concurso público. Mas não adianta. Quando passa e vai apresentar os documentos, falam que as vagas já estão ocupadas. Você passa e fica na espera. Isso é tão comum! A maioria dessas pessoas não conhece a questão dos direitos humanos e acabam aceitando essa situação. >>> Leia sobre o caso de uma estudante aprovada em primeiro lugar, clicando aqui.

Saúde e violência

Essa questão de saúde, proteção, a gente tem levado para o “Educação para Todos”. O Brasil está muito preocupado com o jovem e tem começado a educar nesse lado de prevenção. A violência é muito grande sim e não é mostrado na mídia. Aqui em Minas, muitas travestis são mortas. Quando a gente pega o número de assassinados na nossa população, ela é maior contra homossexuais masculinos. Não sei se é porque estamos inseridas o tempo todo como marginais, conclui Liliane Anderson sua participação no evento.

NOTAS
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[1] O movimento da Educação para Todos é um compromisso mundial para prover uma educação básica de qualidade a todas as crianças e a todos os jovens e adultos. O movimento se iniciou durante a Conferência Mundial sobre Educação para todos, em Jomtien, em 1990, quando representantes da comunidade internacional concordaram em universalizar a educação básica e reduzir massivamente o analfabetismo até 2015

[2] Prof. Marco Aurélio Máximo Prado (Dep. Psicologia/Fafich/UFMG), Coordenador do NUH – Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania GLBT

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS: Madson Luiz
EDIÇÃO: Lucas Fernandes
POSTADO POR REDAÇÃO JORNAL DA RUA ÀS 12:12
MARCADORES: ENTREVISTA

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

NOTA de REPUDIO

Curitiba, 19 de agosto de 2009



NOTA de REPUDIO
A ANTRA - Articulação Nacional de Travestis e Transexuais, é uma instituição da sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede itinerante e que congrega em seus quadros 63 instituições de Travestis e Transexuais em todo o Brasil. A Missão da ANTRA é mobilizar Travestis e Transexuais das cinco regiões do país para construção de um quadro político nacional a fim de representar esse segmento na busca de cidadania e igualdade de direitos.
Neste sentido, chegou uma denúncia de espancamento brutal por policiais militares de uma travesti participante da 4ª Parada do Orgulho LGBT de Penedo, no dia 16 de agosto. A denúncia vem acompanhada de comprovação filmada, que está disponível na Internet e foi veiculada pela TV Gazeta na noite do dia 18 de agosto: http://gazetaweb. globo.com/ v2/videos/
A ação dos policiais em questão demonstra total despreparo para o policiamento de uma Parada LGBT, e aponta a urgente necessidade da capacitação dos agentes de segurança pública para uma abordagem humanizada e civilizada as Travestis e Transexuais. Ademais, as cenas de violência são provas de que os policiais feriram a Constituição Federal e todos os pactos internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário.
Tem-se respeito pela instituição da Polícia Militar do Estado de Alagoas, mas faz-se necessário punir exemplarmente policiais que não respeitam a Identidade de Gênero Feminina das pessoas Travestis e Transexuais, agredindo-as fisicamente.
Pedimos também que medidas sejam tomadas para garantir a integridade física da vítima.
Relembra-se que nos dias 27 a 30 de agosto será realizada a Conferência Nacional de Segurança Pública. Espera-seque o incidente ocorrido em Penedo sirva de exemplo para motivar a formulação e implementação de políticas públicas de segurança que promovam o respeito às diferenças e uma abordagem de respeito, livre de violência gratuita.

Atenciosamente


Rafaelly Wiest
Diretora Executiva de Mulheres Transexuais

Policiais que arrastaram travesti pelos cabelos são afastados

Policiais que arrastaram travesti pelos cabelos são afastados 20/8/2009

Por RedaçãoOs dois policiais reconhecidos por um vídeo (abaixo) enquanto arrastavam uma travesto pelos cabelos na cidade de Toleto, em Alagoas, foram afastados de suas funções enquanto o processo interno contra ambos se desenrola. Além de afastados de seus serviços, eles serão obrigados por durante 30 dias a prestar serviços administrativos no quartel.

Os policiais alegaram que a travesti estava sem roupa na rua _o fato aconteceu na Parada Gay da cidade_ e que ela havia desacatado os policias. Como se isso justificasse arrastar alguém pelos cabelos mesmo depois de imobilizá-la. Enquanto a travesti era arrastada pelo chão, a população assistia impassível a ação policial.

A PM abriu sindicância e disse que vai apurar a atuação dos militares no caso. Por temer represálias, a vítima não quis prestar queixa dos policiais.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

acontecimentos estranhos...

BOM DIA TOD@S COMPANHEIROS DE LUTA!!
Gostaria de socializar o ocorrido acontecido na casa da Aniky .
Onde me assusta as formas de abordagem policiais e a fora de hora ,onde o mesmos deixam suas viaturas a quatro quarteirão e chegam sem identificação e com um tom de voz de autoridade que causam constrangimento e abuso de autoridade.
Gostaria de agradecer ao advogado Roberto pereira que nós ajudam fora do seu horário de trabalho em compromisso aos Direitos Humanos ,onde o mesmo faz parte da equipe dos direitos humanos municipal. o mesmo acompanhou de perto este ocorrido ,e esta dando encaminhamento enquanto os direitos humanos municipal .
Venho pedir a ABGLT e ao senhor Perly Ciprino que nós ajudam a retomar com o centro de referência municipal LGBTs em Belo Horizonte, pois é um único onde nossa população tem um ótimo atendimento,pois sabemos que o Centro de Referência LGBTTT do Estado sabe defender somente estes policiais e não contamos com seu apoio para conosco ,pois como encontros e seminários escutamos do representante que está no governo e recebe ordem e que é sempre respeitada por autoridades enquanto nossa população fica a mercê da violência das ruas e das autoridades entre aspa.
Como atuante e militante nos direitos humanos acompanho esta realidade das minhas companheiras travestis e transexuais pois hoje morando na casa com elas vivo esta mesma pressão de direitos negados.
Por isso vou sempre gritar e não ficar no silêncio para que os nossos direitos de travestis e transexuais sejam respeitados mesmo trabalhando em trabalho formal ou não.
Espero que tod@s possam também socializar este fato que vem ocorrendo desde inicio do ano.

Relatório – Abordagem policial

Relatório – Abordagem policial / Anyky


No dia 03 de agosto de 2009 a Coordenadoria de Direitos Humanos (CMDH) recebeu, formalmente, o seguinte relato, sendo instada a discutir o caso e providenciar as respostas institucionais cabíveis.

Eis o relato.

Às 00:10hs do dia 01 de agosto do corrente ano, três policiais militares, fardados e armados, porém sem identificação funcional, bateram no portão do pensionato de travestis, situado à rua Passos, número 252, bairro Carlos Prates, comunicando o recebimento de uma denúncia anônima sobre armas de fogo e drogas que estariam sendo escondidas naquele imóvel.

Anyky Lima (nome social), a responsável pela pensão, não estava no local naquele momento. Dessa forma, as travestis presentes permitiram que os policiais adentrassem ao imóvel, solicitando a eles que permanecessem do lado de fora da casa enquanto Anyky era localizada.

Como na madrugada do dia anterior outros policiais militar, com o mesmo modus operandi, já haviam abordado a pensão, porém desistindo da ação antes de entrarem na casa alegando erro de endereço, Anyky havia sido orientada a procurar o seu advogado, Roberto Chateaubriand Domingues, OAB/MG 108981, para que ele intermediasse o seu contato com os militares, caso fosse novamente procurada pela polícia, sobretudo em horário noturno.

Anyky foi comunicada sobre a presença dos policiais na pensão e telefonou para o seu advogado que se dispôs a encontrá-la no local. Chegando à rua Passos o advogado interpelou quanto a ação em horário inoportuno, solicitando aos policiais que se identificassem, já que todos os três militares estavam sem suas respectivas tarjetas de identificação, embora usassem uniformes. Todos eles se negaram a se identificar, alegando já terem dito os seus nomes para quem os atendeu na porta da casa. Explicaram que a ação se lastreava em uma denúncia anônima que indicava ser aquela casa local de armazenagem de drogas ilícitas e armas de fogo, porém se recusaram a mostrar qualquer documentação legal que amparasse a presença deles naquela dita operação. Em tom claramente intimidador informou que, caso não houvesse permissão para que eles procedessem a averiguação da denúncia naquele momento mais tarde eles voltariam munidos de Mandado de Busca e Apreensão e, assim, a abordagem seria outra, sendo facultado aos agentes policiais, inclusive, arrombar o portão da casa.

Anyky foi informada por seu advogado que embora aquele procedimento fosse absolutamente irregular, se ela permitisse a entrada dos militares sua anuência respaldaria a ação policial, embora ela tivesse todo o direito de exigir um Mandado de Busca e Apreensão, instrumento judicial, assinado por um Juiz de Direito que, via de regra, somente o expede baseado em uma investigação prévia e na presença de indícios de atividade criminosa em curso.

Anyky permitiu que os policiais fizessem a vistoria na residência alegando que não tinha nada a temer, já que ali era uma pensão de travestis e não havia drogas nem armas no local. Diante da anuência da responsável pelo imóvel os policiais solicitaram a apresentação dos documentos da dona da casa e, como a denúncia anônima mencionava uma travesti negra de cabelos curtos, exigiram que Patty, única travesti negra residente na pensão, também apresentasse sua documentação. Foi-lhes informados que ela havia tido seus documentos furtados e mostraram o B.O.. As anotações foram realizadas no verso do formulário que os policiais acenaram como sendo o documento da denúncia anônima e, em seguida, se retiraram do local sem realizar o que chamaram de “averiguações de praxe”.

Questionados do porque haviam desistido da ação os policiais disseram, de forma ameaçadora, que o advogado presente não havia permitido a entrada deles na casa e, por esta razão, voltariam portando um Mandado de Busca e Apreensão.

Os três policiais saíram da casa a pé e foram caminhando até a esquina, local onde uma viatura, até então fora do campo de visão de todos os presente, os apanhou. Este fato causou ainda mais estranheza à “abordagem” realizada, uma vez que evidenciou o propósito dos policiais de manterem viatura e, por via de consequência, sua identificação oculta, impossibilitando toda e qualquer iniciativa de questionamento da referida ação pelas vias legais por parte dos cidadãos que tiveram seus direitos violados.

Cabe ressaltar que estas investidas policiais não constituem fato inédito, em especial após denúncias realizadas pela Anyky acerca de inúmeros casos de violação de direitos e agressões sofridas por moradoras de sua pensão, como achaques tanto de policias quanto de particulares civis contra travestis na Av. Pedro II, proibição, mediante ameaças de violência física ou prisão de circulação de travestis na região, arremessos de pedras contra a pensão que serve de moradia das travestis, dentre outros.

Caso semelhante já havia sido relatados pela Anyky à Coordenadoria de Direitos Humanos (CMDH) em dezembro de 2008 que foi devidamente encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar. Todavia, em razão de inexistência de materialidade e total ausência de elementos capazes de prover a identificação dos agentes autores da ação o caso não pode ser concluído.

Neste último mês, Patty (nome social) teve seus documentos furtados, bem como sua peruca e sapatos por um grupo de jovens motorizados na Av. Pedro II. Ato contínuo, tal agressão foi comunicada às autoridades policiais locais que disseram que nada poderiam fazer em razão de ausência de provas materiais aptas a identificar os agressores. Dois dias depois, a mesma travesti foi agredida fisicamente e a placa do carro foi anotada, sendo esta informação levada ao conhecimento da Polícia que lavrou Boletim de Ocorrência.



Relatoria do caso: Roberto Chateaubriand Domingues - BM 41.409-7
Coordenadoria de Direitos Humanos (CMDH/SMADC/PBH)


Data: 03 de agosto de 2009

ENUDS/UFMG 2009

OLA GALERA!!!
ENTRE E CONFIRA TODA OGRAMAÇÃO PARA(ENUDS) ENCONTRO NACIONAL DE DIVERSIDADE SEXUAL,QUE ACONTECERÁ NO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS(UFMG) RELAIZADO PELO GRUPO UNIVERSITÁRIO DE DIVERSIDADE SEXUAL(GUDSS)

www.enuds.net

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

INSCRIÇÃO

Caso você tenha algum problema com sua inscrição, envie um e-mail para webmaster@enuds.net

Baixe AQUI O EDITAL com as normas para submissão de trabalhos e obras artísticas.



A submissão de trabalhos foi prorrogada até dia primeiro de agosto.



As inscrições para participantes vão até 14 de agosto.



Para se inscrever e submeter trabalhos (Categoria A), acesse o FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO.



Para inscrever obras em nossas mostras artísticas (Categoria B), baixe o FORMULÁRIO PARA MOSTRAS ARTÍSTICAS, preencha e envie por e-mail para: artes@enuds.net



Se você já realizou sua inscrição e efetuou o depósito correspondente, digite o seu número de depósito AQUI.




VALOR DA INSCRIÇÃO


Descrição Valor Depois do dia 1º de Agosto
Inscrição R$40,00 R$50,00
Inscrição + Alimentação R$60,00 R$70,00
Inscrição + Alimentação + Alojamento R$70,00 R$80,00



Alojamento apenas para residentes fora da região metropolitana de BH.



Os comprovantes de depósito devem ser apresentados no ato da inscrição/credenciamento no primeiro dia de encontro.



BANCO DO BRASIL

Agência:3610-2

Conta Corrente:42.568-0

VOCÊ PODE FAZER TRANSFERÊNCIA PARA NOSSA CONTA OU DEPÓSITO ATRAVÉS DE UM ENVELOPE. VEJA COMO ENCONTRAR O NÚMERO DO SEU COMPROVANTE AQUI



A conta corrente está em nome de Tomaz Yanomane Ferreira Ribeiro e Thiago Coacci Rangel Pereira



A confirmação da inscrição somente será efetuada após o pagamento via depósito bancário, seguido de cadastro do Número do Depósito em nosso site. Tal procedimento não exclui a necessidade de apresentação do comprovante de inscrição no credenciamento.



Para quaisquer informações relativas ao pagamento, favor entrar em contato pelo e-mail: webmaster@enuds.net

ENUDS/UFMG

7º Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual
2ª Semana Universitária da Diversidade Sexual


Tema: Academia e Militâncias em Diálogo: Diversidade Sexual e Lutas Sociais.



Local: Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais.



Data: De 3 a 7 de setembro de 2009.

www.enuds.net

*AMEAÇAS*

Belo horizonte/MG 03/08/2009
COMUNICADO.
Venho através de este mail comunicar a tod@s militantes e ativistas na luta dos direitos humanos, que venho recebendo ameaças indiretamente.
E desde então gostaria que soubessem que já estou tomando varias providências através do ministério publico, onde serão encaminhadas para os direitos humanos da presidência da republica.
E desde então gostaria de comunicar que minha luta pelos os direitos humanos continuarão aqui no Estado de Minas Gerais , para a minha população de travestis e transexuais a qual eu represento dentro de um política horizontal,mesmo não sendo deste estado não sou mineira mais sou brasileira , e a trasfobia está em todo território brasileiro.
Desde já venho socializar , pois se vier acontecer qualquer coisa com a minha pessoa ,serão tomadas postura cabíveis ,pois não estou sozinha e tenho as minhas parcerias.
ESPERO QUE AS ONG DE MINAS GERAIS DIFULGUEM NA LISTA ESTE MEU MAIL.







lili.cigana@gmail.com
Liliane Anderson:NUH/UFMG/cel 031-88690344
lilianeanderson.blogspot.com/

*AMEAÇAS*

Belo horizonte/MG 03/08/2009
COMUNICADO.
Venho através de este mail comunicar a tod@s militantes e ativistas na luta dos direitos humanos, que venho recebendo ameaças indiretamente.
E desde então gostaria que soubessem que já estou tomando varias providências através do ministério publico, onde serão encaminhadas para os direitos humanos da presidência da republica.
E desde então gostaria de comunicar que minha luta pelos os direitos humanos continuarão aqui no Estado de Minas Gerais , para a minha população de travestis e transexuais a qual eu represento dentro de um política horizontal,mesmo não sendo deste estado não sou mineira mais sou brasileira , e a trasfobia está em todo território brasileiro.
Desde já venho socializar , pois se vier acontecer qualquer coisa com a minha pessoa ,serão tomadas postura cabíveis ,pois não estou sozinha e tenho as minhas parcerias.
ESPERO QUE AS ONG DE MINAS GERAIS DIFULGUEM NA LISTA ESTE MEU MAIL.







lili.cigana@gmail.com
Liliane Anderson:NUH/UFMG/cel 031-88690344
lilianeanderson.blogspot.com/

novo mail.

OLAQ TOD@S!!!
ESTE MAIL:lili.cigana@gmail.com

terça-feira, 23 de junho de 2009

Projeto Cidadania para Ciganos e Nômades Urbanos é lançado em Belo Horizonte




Projeto Cidadania para Ciganos e Nômades Urbanos é lançado em Belo Horizonte

Realização de um sonho. Essas são as palavras que resumem o sentimento proporcionado pelo lançamento do projeto "Cidadania de Ciganos e Nômades Urbanos", que ocorreu nessa quarta-feira, dia 17 de junho, em audiência pública realizada na Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, promovida pela Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o Sindicato dos Oficiais de Registro Civil do Estado (Recivil) e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). O evento contou, também, com a presença do analista cultural, Geraldo Vítor, da Secretaria da Identidade e da Diverisadade Cultural do Ministério da Cultura, da Chefe da Representação Regional de Minas Gerais/MinC, Aída Ferrari, de membros do Ministério Público, Defensoria Pública, representantes do executivo e legislativo municipal e estadual, e de comunidades ciganas e nômades, que foram prestigiar o lançamento da iniciativa que visa estimular e promover mutirões de registros civis nas comunidades envolvidas.

O subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da SEDH, Perly Cipriano, lembrou que a cidadania começa pelo registro civil. Segundo ele, o Brasil tem a segunda maior população cigana do mundo – sendo a de Minas Gerias a segunda maior do país, com aproximadamente 428 mil pessoas – e, por isso, é preciso fazer com que o trabalho iniciado em Minas Gerais seja disseminado para todo o País.

De acordo com a coordenadora de Políticas Sociais e Projetos Estratégicos do Recivil, Maria Cecília Duarte, a parceria e o apoio do Governo Federal foram fundamentais para iniciar esse projeto de construção da cidadania do povo brasileiro e do rompimento da exclusão social, pois agora com a documentação civil básica os povos ciganos e os nômades urbanos terão oportunidade tanto aos seus direitos como aos deveres de cidadãos brasileiros.

Um dos momentos mais emocionantes da audiência foi durante a fala do jornalista e representante dos ciganos em Minas Gerais, Zarco Fernandes. Segundo ele, esse dia é o segundo mais importante da sua vida, vindo apenas depois do nascimento dos seus filhos. Zarco lembrou que essa luta pelo registro civil básico aos ciganos vem se prolongando por 13 anos e que foi preciso muito esforço para superar a burocracia e o preconceito. No fim de sua fala, o representante cigano disse que este projeto é o primeiro passo na tentativa de se corrigir e superar os estereótipos negativos e discriminatórios criados em volta do cigano.

Outra importante participação foi a da representante do Conselho Nacional da Promoção da Igualdade Racial, a cigana Mirian Stanescon, que reforçou o discurso sobre a exclusão dos ciganos no Brasil e no mundo. Para ela, é preciso que se tenha orgulho de sua etnia para que haja força na busca pela igualdade social. Ela apresentou uma cartilha desenvolvida pelo órgão, que tem o objetivo de unir os clãs ciganos e pleitear os direitos, a proteção, o acesso à educação e o resgate da dívida histórica da sociedade para com os povos ciganos. Evidenciou, ainda, a importância do Prêmio Culturas Ciganas da SID, fazendo um apelo pela continuidade do Edital.

Durante a apresentação do programa a coordenadora de Políticas Sociais e Projetos Estratégicos do Recivil, Maria Cecília Duarte anunciou que os próximos mutirões para cadastramento e oferecimento da documentação civil básica ocorrerão nas cidades de Poços de Caldas, Uberaba, Barbacena e Muriaé, além de Belo Horizonte.

Geraldo Vítor, em suas considerações finais, dirigiu-se aos gestores de governo presentes, ressaltando a necessidade de uma articulação para a extensão do projeto a outros estados da federação.

Texto: Frank Martins - Representação Regional



Comunicação SID/MinC

Telefone: (61) 3316-2129

E-mail: identidadecultural@cultura.gov.br

Site: http://www.cultura.gov.br/site/categoria/politicas/identidade-e-diversidade/

Blog: http://blogs.cultura.gov.br/diversidade_cultural/













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Ato secreto 'infiltra' assessor de Magno Malta no Conselho de Ética

Ato secreto 'infiltra' assessor de Magno Malta no Conselho de Ética
21/06/2009 - 20h05 ( - Agência Estado)
foto: Divulgação
O senador Magno Malta ainda não falou sobre a nomeação do assessor
O Conselho de Ética do Senado, responsável por investigar a quebra de decoro parlamentar, fez parte do esquema de atos secretos da Casa. Usando um boletim sigiloso, o senador Magno Malta (PR-ES) plantou um assessor no conselho durante a análise do processo de cassação de seu mandato - Malta foi absolvido. O funcionário nomeado era uma espécie de assessor secreto que não despertou qualquer atenção no período. O detalhe: o assessor era o segundo suplente do próprio senador. Ao concorrer a uma vaga no Senado, o candidato escolhe seus suplentes, que geralmente são aliados políticos.

O pastor evangélico Nilis Castberg foi nomeado em 23 de novembro de 2005 como assistente parlamentar do Conselho de Ética com salário de R$ 2,3 mil. O ato só foi tornado público três anos e meio depois, através de um arquivo criado no dia 14 de maio passado, mas com a data original da nomeação (2005). O documento é assinado pelo então diretor-geral, Agaciel Maia.

À época, Malta sofreu um processo no Conselho de Ética para investigar seu suposto envolvimento na Máfia dos Sanguessugas, esquema de venda de ambulâncias superfaturadas às prefeituras com emendas parlamentares para favorecer a empresa Planam, do empresário Luiz Antônio Vedoin. Em agosto de 2006, foi aberto um processo contra Malta sob a acusação de que recebera um carro da Planam para viajar com sua banda gospel "Tempero do Mundo" em troca da promessa de apresentar uma emenda no valor de R$ 1 milhão a favor da empresa. O senador sempre negou envolvimento com a chamada máfia das ambulâncias.

O senador Demostenes Torres (DEM-GO) foi o relator do processo contra Malta no Conselho de Ética. Apresentou um relatório absolvendo o colega sob o argumento de que havia ausência de provas. O texto foi aprovado por unanimidade pelos senadores. Agora, três anos depois, Demostenes considera um "absurdo" a presença de um suplente de Magno Malta como assessor secreto do Conselho de Ética. "Isso é inaceitável, é grave, é aético. Não acredito que isso tenha afetado o resultado final, mas é um absurdo que um investigado tenha um assessor dentro do órgão", afirmou. A reportagem tentou falar com o senador, mas nem com a ajuda do gabinete isso foi possível.

A reportagem de A Gazeta também tentou falar com o senador neste domingo, mas também não

DEBATE EM ESCOLA MUNICIPAL COM A PRESENÇA LILIANE DO NUH/UFMG




Sábado, 20 de Junho de 2009
Ano XV - Edição N.: 3363
Poder Executivo
Capa
HOMOFOBIA É DEBATIDA EM ESCOLA MUNICIPAL
Um encontro promovido pela Escola Municipal Domi­ciano Vieira na última semana teve como tema central a ho­mofobia. Técnicos, educadores, diretores de escolas, pais e comunidade discutiram os desafios, as demandas, as estratégias e as dificuldades enfrentadas, principalmente pelos professores, nas salas de aula. A ho­mofobia, entendida como aversão ou medo de quem gosta do igual, caracteriza-se pelo desprezo, que muitas pessoas tem, por quem man­tém relações afetivas com pessoas do mesmo sexo. A discussão, inovadora e polêmica na educação, é, segundo especialistas, necessária, uma vez que os casos têm aumentado muito nos últimos anos, especialmente entre adolescentes.
Segundo a pa­les­trante Liliane An­der­son Caldeira (nome social), três homossexuais são assassinados por dia. “As conse­quências, na maioria das vezes, são graves, pois encontramos muitas dificuldades de inserção no mercado de trabalho e na escola. Conheço pessoas que foram aprovadas em concurso público e impedidas de assumirem o cargo, situações que levam vários homossexuais a se prostituírem e buscarem outros caminhos, como a droga, por exemplo”.
José Wilson Ricardo, membro do Conselho Municipal de Educação e coordenador do “Programa Educação Sem Homofobia” da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, disse que um parecer, aprovado pelo Conselho, propõe a inclusão do no­me social de travestis e ho­mo­sexuais nos registros internos das escolas.
Maria Helena Schimitz de Castro, diretora da escola, pretende dar continuidade aos encontros. “Não podemos parar, pois o assunto deve ser levado a todos os professores”, disse. A discussão representa um grande avanço para o alinhamento das políticas públicas como fortalecimento dos direitos humanos.

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Assunto:

Critério:
Com todas as palavras
Com a expressão
Com qualquer uma das palavras

Período:
data inicial
data final

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dentro do presídio de Bicas, na Grande BH, uma das alas é restrita aos homossexuais. Jogamos a discussão no ventilador: segregação ou proteção?

Para quem quer acompanhar esta matéria com fotos enontra se :
www.revistaviverbrasil.com.br

Dentro do presídio de Bicas, na Grande BH, uma das alas é restrita aos homossexu a discussão no ventilador: segregação ou proteção?

A ala 1 do presídio de São Joaquim de Bicas 2: 37 travestis e gays efeminados vivem em 8 celas. Foram retirados, em sua maioria, da prisão masculina de Ribeirão das Neves, onde andavam algemados, com os cabelos raspados e identificados pelo nome da certidão de nascimento, não o adotado após a opção sexual. Estão separados dos outros detidos, em um dos 10 pavilhões rotulados de feminino, masculino e agora também de homossexual nesta cadeia, porta de entrada de presos provisórios, espremido entre a penitenciária Jason e o São Joaquim de Bicas 1, na Grande Belo Horizonte. Essa prisão do terceiro sexo dentro da prisão faz parte do projeto de reestruturação do sistema e que estava encarcerado nos gabinetes. Sabido nos arredores da cadeia, veio a público no meio deste mês de maio, a contragosto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, e junto trouxe a delicada e dolorosa questão neste mundo calejado de divisões raciais: é segregação ou não? Reforça o preconceito contra essa minoria ou é proteção, resgate de injustiças sociais?
Eis a dubiedade desta questão melindrosa, sentida pelo próprio governo em ver o resultado da experiência, quase inédita no país, para depois divulgá-la. Na justeza da proposta, em primeira opinião, o de proteger os travestis de agressão, de rejeição, de evitar epidemia de aids, promiscuidade e prostituição nos presídios masculinos. “Tratá-los de forma singular”, diz Genilson Ze­ferino, subsecretário de Administração Prisional da secretaria. Com direito a visitas íntimas, que ainda não começaram, trabalho, educação. Na ambiguidade: “Por um lado remete a direitos, por outro se refere à promiscuidade. Isola este grupo”, argumenta o sociólogo Luiz An­tônio Bogo Chies, do Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais Penitenciários (Gitep) da Universidade Católica de Pelotas, Rio Grande do Sul. À espera de resultados práticos, ou amplia a segregação ou consolida o espaço de direito.
Na sentença taxativa, em segunda opinião, de que a proposta já nasce com efeito colateral pior do que o medicamento. “A segregação dentro de presídio é mais forte do que fora, porque há códigos de conduta. Essa ala pode até proteger, mas não resolve os preconceitos, vai agravá-los”, afirma o psiquiatra Stélio Lage. Em consequência da divisão institucionalizada, desta tentativa de resgate das injustiças sociais, a reboque das cotas raciais nas universidades, e ainda mais realçada pela questão da sexualidade.
“É complexa qualquer divisão simplória das identidades sexuais. O homem não é como planta, que na botânica separa em folhas verdes e marrons.” Não, os 37 estreantes da ala dos homossexuais foram espontaneamente, democra­tica­men­te, garantem os mentores. Houve assembleia e voto em que optaram pela ida.
Mas não tão simples. “No primeiro momento não acreditaram, questionaram que na prisão mantinham média de 13 relações sexuais por noite. Mas aí falei que eles não estavam numa colônia de férias e sim presos”, lembra Walkíria La Roche, diretora do Centro de Re­ferência de Gays, Lésbicas, Bisse­xuais, Travestis, Transexuais e Trans­gêneros de Minas, da Se­cre­taria de Defesa Social. Vencidas as resistências, pesaram a perspecti­va de trabalho, progressão de pena, visitas íntimas, cuidados com a saúde. “Eles não têm perfil violento, andavam algemados, com cabelos raspados, dormiam em colchões que prejudicavam o silicone. A sociedade precisa acordar e respeitar as diversidades.”
Acompanhou a transferência, visita regularmente a ala, num processo que dura três meses desde a assembleia. “Estão bem”, garante Walkíria. A queixa seria a falta de sexo. Há informação de que fazem jardinagem, cuidam da limpeza, tra­balham na lavanderia. “É difícil falar de uma realidade que a gente não conhece. Os presos é quem deveriam analisar”, diz Liliane Anderson, vice-presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais e integrante do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFMG. Bem que a revista Viver Brasil tentou dar voz a quem está lá dentro. A equipe foi autorizada a conversar com os presos pela Secretaria de Defesa Social e depois proibida pelo superintendente de Imprensa do governo do estado, Hugo Teixeira, sob a alegação de que a iniciativa é inédita, está em fase experimental.
Nem tão inédita é assim. Teve tentativa incipiente no Presídio Professor Aníbal Bruno, em Recife, Pernambuco. Durou menos de um mês. “Não tivemos condições de manter o pavilhão para homossexuais por causa da superlotação”, queixa-se o coronel Geraldo Severiano da Silva, diretor da cadeia, na época com 3,7 mil presos. Foi válida? Ele acredita que sim e encontra ressonância na Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Minas.
“A separação é em respeito à particularidade do homossexual, que exige tratamento diferenciado. Além de legal, dá dignidade a ele”, afirma o advoga­do Adilson Rocha, presidente da comissão. Bate o martelo no fim da prostituição, na classificação entre iguais prevista pela lei de execução penal, na organização do sistema prisional mineiro, hoje com 50 mil detentos e previsão de chegar ao final do ano com 55 mil. Segregação? “Todos já estão segregados. Vão permanecer presos, mas respeitadas as condições deles.” Essa diferenciação, o acender de holofotes para o terceiro sexo, que se divide em vários segmentos, letras (vide o LGBTTT), que quase nos fazem perder nas soletrações de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros, levanta a bandeira dos contra. “Não quero política específica. Quando pago imposto, não há essa especificação. Daqui a pouco vão criar delegacia para homossexuais”, diz Liliane Anderson. Realça sim, na visão deles, a discriminação. “É uma situação constrangedora. Além de a ala criar gueto dentro do presídio, acaba por reforçar esteriótipos”, emenda Paulo Cezar Souza Teixeira, presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Cellos-MG).
O preconceito arraigado na sociedade se reproduziria intramuros. “Aqui fora a gente já é tratada com chacota, sem respeito. Imagina lá dentro”, alega Liliane. Questiona-se como é o atendimento a essa minoria pelos agentes penitenciários, a questão da prática, o cotidiano neste sistema feito para punir. O subsecretário de Administração Prisional diz que os funcionários estão sendo capacitados para lidar com os presos. “Essa dinâmica do sistema operacional é que vai direcionar para a dignidade ou rotular a área”, afirma o sociólogo Luiz Antônio Bogo Chies. O atendimento lá não se sabe ao certo, está em fase experimental, mas o local, mesmo com todas as boas intenções e justeza do projeto, já foi nomeado: gaysídio.
Difícil agora remover o rótulo na sociedade que vê os homossexuais, diz Walkíria, como cabeleireiros, maquiadores e, aos que não têm estes dons, sobra a marginalização do profissional do sexo, o que os leva à cadeia por tráfico de drogas. A intenção da secretaria é alargar a ala para um presídio de homossexual, neste século visto por Genilson como o das penitenciárias. “Não teve o das catedrais, este é o da cadeia.” Vai depender de quem vai falar mais alto: os a favor e os contra. Os presos vão estar lá, isolados, na Ala 1, do presídio de São Joaquim de Bicas 2.
Galeria de Fotos







Divisão na Fé
Se há segregação, guetos, nas cadeias, a situação se repete fora, na sociedade. Não aceitos abertamente pelas igrejas, os homossexuais com fé não se deram por vencidos. Pularam a barreira do preconceito, de negar a sexualidade frente ao altar, e trouxeram para Belo Horizonte a norte-americana Igreja Cristã Me­tro­politana (ICM), com livre acesso a qualquer pessoa. Mas, em sua maioria, só aparecem os homossexuais nos animados cul­tos aos domingos à noite. Can­tam, há perfomances, leitura da Bíblia e mensagens com linguagens direcionadas ao público ouvinte.
“Só posso falar uma coisa: Deus é babado”, diz o líder pastoral Marcos Martins. Seguem músicas, cantadas e dançadas num clima alto astral. Nem a explicação das leituras tira a descontração ao falar sobre Davi e Golias: “Era um guerreiro, sonho de consumo de muita gente aqui”, compara o líder, numa uníssoma gargalhada dos fiéis.
O culto prossegue com a comunhão, abraços de confraternização, aplausos e muitos améns. “Nem a fome, nem o preconceito, nem a xenofobia poderá nos separar do amor de Deus. Toda a acusação está cravada na cruz e você é livre para ser o que é.” Amém.
São, ficam de mãos dadas com parceiros, se beijam. “Me sinto em casa. Frequentava outra igreja, mas não trabalhava com o evangelho inclusivo como aqui”, afirma a transexual Patrícia Augusto. Inclusão que pede a reeleitura da Bíblia, com lupa nas entrelinhas para desmistificar a união de sexo iguais. “A gente tem de levar em conta os costumes da época. O homem era superior à mulher e não poderia ser rebaixado à categoria feminina”, explica Martins. Mas não vivem só disto, desenvolvem projetos sociais. Um deles é a Casa Monte das Oliveiras, que vai receber travestis e transexuais com experiência de rua ao final da vida. “Muitas são enviados para asilos e aí cria o impasse: são do gênero masculino ou feminino? O sofrimento é tremendo”, diz o líder pastoral. Dilema que se repete nas penitenciárias, na sociedade deste século XXI.
Por dentro da Ala Homosexual
8 celas, com capacidade para 5 pessoas cada
37 presos. A maioria condenada por tráfico de drogas
1 jardim
1 cozinha
Direito a ter visita íntima, que ainda não começou
Visitas de familiares de 15 em 15 dias
A ala está no presídio São Joaquim de Bicas 2, na Grande BH, que possui outras 10 alas com:
99 mulheres
1.200 homens
1.336 presos no total.
A capacidade é para 700

Incluir ou Excluir?
Confira argumentos de especialistas contra e a favor da ala exclusiva para homosexuais
Defesa
Reduzir a promiscuidade nas cadeias
Evitar a propagação de doenças sexualmente transmissíveis
Diminuir a violência a que presos homossexuais podem estar sujeitos
Acabar com a prostituição nos presídios masculinos
Acusação
Segregar essa minoria, virar um gueto
Reforçar o preconceito contra os homossexuais
Rotular a ala. O local já é chamado de gaysídio
Gerar sobrecarga de opressão se os agentes penitenciários não estiverem preparados para atender a estes presos
No Mundo
Onde há separação de homossexuais nas cadeias:
Na Armênia, leste europeu, há alas específicas para estes detentos. Lá é questão de preconceito porque no país não se pode apertar a mão de homossexuais, pegar qualquer objeto
Na África do Sul, há estudos para a separação dos gays nos presídios
No Brasil, houve tentativa de separação dos homossexuais no Presídio Professor Aníbal Bruno, em Recife, Pernambuco.O pavilhão funcionou menos de um mês e foi desativado por causa da superlotação.

OPORTUNIDADE E PREVIDÊNCIA PARA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS.

Seminário Nacional discute Trabalho, Oportunidades e Previdência para Travestis e Transexuais

Governo e sociedade civil se juntam para encontrar soluções


Data: 02 a 04 de junho de 2009

Representantes de vários ministérios e travestis de todos os estados do Brasil estarão reunidos em Brasília esta semana no I Seminário de Políticas Públicas de Trabalho, Oportunidades e Previdência para Travestis e Transexuais (programação abaixo).

O Seminário é a primeira ação do Projeto Astral TOP, uma iniciativa da ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, em parceria com a ANTRA – Articulação Nacional de Travestis e Transexuais. O evento está sendo realizado conjuntamente pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, o Ministério do Trabalho e Emprego, e o Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, com o apoio do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e das organizações não governamentais PACT Brasil e
Pathfinder do Brasil.

O Seminário, de três dias de duração, envolverá discussões sobre como elaborar um programa de âmbito nacional com a parceira de governos e outras instâncias estaduais e municipais para que a população de travestis e transexuais, que é uma das populações mais socialmente excluídas, tenha acesso a outras possibilidades no mercado de trabalho e acesso à previdência.

O processo de exclusão social da maioria das travestis e transexuais se inicia cedo na vida, quando começa a se manifestar a sexualidade diferente da convencionalmente aceita. Na pior das situações, a conseqüência da discriminação da sexualidade não ortodoxa é a expulsão pela família, a rejeição pelos colegas, a evasão escolar, a resultante falta de qualificação para o mercado de trabalho, a discriminação na busca por emprego e, para algumas, a prostituição como uma última alternativa de sobrevivência, com toda a vulnerabilidade social e pessoal que esta situação acarreta.

O nome do projeto, Astral TOP, é uma homenagem ao primeiro grupo organizado de travestis, o Astral, que surgiu no Rio de Janeiro no início dos anos 1990. A sigla TOP significa Trabalho, Oportunidades e Previdência.

A deliberação de que a ABGLT deveria desenvolver uma iniciativa neste sentido em parceria com a ANTRA surgiu e foi aprovado no II Congresso da instituição, realizado em Maceió em novembro de 2006. Em junho do ano seguinte, durante o XIV ENTLAIDS – Encontro Nacional de Travestis e Transexuais que atuam na Luta e Prevenção à Aids, realizado em São Paulo , foram eleitas a coordenadora geral, as coordenadoras regionais e a maioria das coordenadoras estaduais do projeto, dentre as travestis participando do Encontro.

Nos dois anos que se seguiram, a ANTRA e a ABGLT, em parceria com a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT (Congresso Nacional), tiveram diversas audiências com os ministérios do Trabalho e Emprego, Saúde, Previdência, Desenvolvimento Social, Educação, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O resultado é a realização do I Seminário de Políticas Públicas de Trabalho, Oportunidades e Previdência para Travestis e Transexuais, que deverá definir e desencadear ações para o Projeto Astral TOP nos estados e municípios.

Informações adicionais:

Fernanda Benvenutty – Coordenadora Geral do Projeto Astral TOP - 83 8873 6796
Eduardo Santarelo – Programa Brasil Sem Homofobia – Secretaria Especial dos Direitos Humanos – 61 9303 2155
Jovanna Baby – Presidente da ANTRA - 83 8873 6796
Toni Reis – Presidente da ABGLT – 61 8181 2196
Lili Anderson – Vice-Presidente da ABGLT - 31 8869 0344


Seminário "Políticas Públicas de Trabalho, Oportunidade e Emprego para Travestis e Transexuais"
ASTRAL TOP