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NÚCLEO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA LGBT
(Lésbicas,Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros)
O NUH é um núcleo da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, que tem como propósito congregar pesquisadores e desenvolver atividades de pesquisa, ensino e extensão voltadas para o reconhecimento dos direitos, da cidadania, das identidades e das práticas culturais, políticas e sociais de indivíduos e grupos LGBT. Criado em dezembro de 2007, através de convênio entre a UFMG e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (Programa Brasil sem Homofobia), as ações do Nuh desenvolvem-se em torno de quatro grandes linhas:
1) no esforço de caracterização das realidades LGBT, das formas de violência e da homofobia, especialmente no âmbito de Minas Gerais e de Belo Horizonte;
2) no desenvolvimento de instâncias de diálogo com espaços institucionais e da sociedade civil no intuito de discutir formas de violência e discriminação homofóbica;
3) no desenvolvimento de perspectivas teóricas e metodológicas de pesquisa, ensino e extensão articuladas às realidades e identidades LGBT
4) no esforço de estabelecer e manter canais de diálogo entre universidade e sociedade civil, através da criação de espaços participativos e mecanismos de interface dos saberes.
Sala F-2003 do Prédio da Fafich, no Campus Pampulha da UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte-MG CEP 31270-901
E-mail: nuh@fafich.ufmg.brEste endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.
Seminário de Encerramento do Projeto Educação sem Homofobia:
www.fafich.ufmg.br/educacaosemhomofobia
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Gêneros e Sexualidades
Políticas, histórias e identidades
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terça-feira, 28 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
CONGRESSO DA ABGLT EM BELÉM
Resultante
22/4/2009
ABGLT fervilha ideias durante congresso e afina discurso para 2009/2010
Por Hélio Filho
Foto: Hélio Filho
Depois de cinco dias de reuniões, debates, deliberações e alguns momentos fervidos, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) encerrou ser terceiro congresso na última terça-feira, 21, em Belém (PA), com a formulação da Carta de Belém, documento final do evento que deve guiar as ações da entidade e de suas cerca de 220 afiliadas durante o biênio 2009/2010. Além disso, o congresso serviu também para fazer alguns acertos de ordem organizacional, como o preenchimento dos cargos vacantes das diretorias do Nordeste e Sul.Desde a última sexta-feira, 17, cerca de 220 militantes estavam reunidos no hotel Beira Rio para dar sua contribuição na construção desse documento. Dentre as decisões que o texto prevê, está uma maior aliança com outros movimentos sociais como, por exemplo, o da Criança e do Adolescente para uma luta contra a exploração infanto-juvenil. Além disso, o Poder Legislativo também ganhou atenção especial e ficou decidido que a Frente Parlamentar LGBT deve ganhar muito mais potência para fazer andar os projetos de lei no Congresso. O documento final foi aprovado sem nenhum contrário e pede ainda que seja criada no Governo Federal uma Subsecretaria dos Direitos LGBT e um Conselho Nacional LGBT, tipo uma Cads nacional. “Esse congresso foi muito proveitoso, não tivemos grandes tensões, o movimento está mais maduro, mais unido, não existe mais mesquinharia”, avalia, com razão, Toni Reis, presidente da ABGLT. Esse é seu último ano à frente da entidade, já que ficou decidido também que a assembleia geral para eleger a nova composição da Associação será realizada no Rio de Janeiro no segundo semestre, com organização do feminino Movimento D’Ellas com apoio do Grupo Arco-Íris. Outra decisão tomada foi com relação ao próximo congresso da entidade. No feriado do mineiro Tiradentes, seus conterrâneos dos grupos Cellos de Contagem e Belo Horizonte ficaram responsáveis por realizar o evento daqui a dois anos. Caso algo aconteça e eles não possam realizar, o Rio de janeiro (Arco-Íris) ficou de primeira suplente e Curitiba (Dignidade) como a segunda. Mas isso só em caso de algo muito extraordinário acontecer. A avaliar pela vontade com a qual os mineiros participaram do congresso, daqui a dois anos as notícias serão boas
22/4/2009
ABGLT fervilha ideias durante congresso e afina discurso para 2009/2010
Por Hélio Filho
Foto: Hélio Filho
Depois de cinco dias de reuniões, debates, deliberações e alguns momentos fervidos, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) encerrou ser terceiro congresso na última terça-feira, 21, em Belém (PA), com a formulação da Carta de Belém, documento final do evento que deve guiar as ações da entidade e de suas cerca de 220 afiliadas durante o biênio 2009/2010. Além disso, o congresso serviu também para fazer alguns acertos de ordem organizacional, como o preenchimento dos cargos vacantes das diretorias do Nordeste e Sul.Desde a última sexta-feira, 17, cerca de 220 militantes estavam reunidos no hotel Beira Rio para dar sua contribuição na construção desse documento. Dentre as decisões que o texto prevê, está uma maior aliança com outros movimentos sociais como, por exemplo, o da Criança e do Adolescente para uma luta contra a exploração infanto-juvenil. Além disso, o Poder Legislativo também ganhou atenção especial e ficou decidido que a Frente Parlamentar LGBT deve ganhar muito mais potência para fazer andar os projetos de lei no Congresso. O documento final foi aprovado sem nenhum contrário e pede ainda que seja criada no Governo Federal uma Subsecretaria dos Direitos LGBT e um Conselho Nacional LGBT, tipo uma Cads nacional. “Esse congresso foi muito proveitoso, não tivemos grandes tensões, o movimento está mais maduro, mais unido, não existe mais mesquinharia”, avalia, com razão, Toni Reis, presidente da ABGLT. Esse é seu último ano à frente da entidade, já que ficou decidido também que a assembleia geral para eleger a nova composição da Associação será realizada no Rio de Janeiro no segundo semestre, com organização do feminino Movimento D’Ellas com apoio do Grupo Arco-Íris. Outra decisão tomada foi com relação ao próximo congresso da entidade. No feriado do mineiro Tiradentes, seus conterrâneos dos grupos Cellos de Contagem e Belo Horizonte ficaram responsáveis por realizar o evento daqui a dois anos. Caso algo aconteça e eles não possam realizar, o Rio de janeiro (Arco-Íris) ficou de primeira suplente e Curitiba (Dignidade) como a segunda. Mas isso só em caso de algo muito extraordinário acontecer. A avaliar pela vontade com a qual os mineiros participaram do congresso, daqui a dois anos as notícias serão boas
ABERTURA DO CONGRESSO EM BELÉM.
Os primeiros trabalhos do III Congresso da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lesbicas, Travestis e Transexuais) começaram na última sexta-feira (17/04). No sábado, foi decidido o regimento do congresso, os cargos em disputa (aqueles vacantes, já noticiados aqui) e a filiação e desfiliação de novas Ongs. É nesse momento que os grupos do Brasil inteiro podem trocar experiências que deram certo e fazer analise de erros de atuação. Com as pessoas entrosadas e experiências trocadas aconteceu na noite de sábado a abertura oficial do congresso. Havia uma grande expectativa quanto a possibilidade da presença da governadora do Estado do Pará, Ana Julia Carepa (PT), mas, em seu lugar veio Gilson Moura, secretário de cultura. A ausência da estrela vermelha de Ana Julia foi ofuscada pela sua colega de trabalho Iracy de Almeida Gallo, a secretária de Estado de Educação do Pará (SEDUC/Pará), a primeira a assinar portaria que obriga as escolas públicas a utilizarem o nome social das travestis na matricula. Publicada em 2008, a portaria entrou em vigor no início de 2009. Ao ser chamada para compor a mesa de abertura, Iraci foi aplaudida por cinco minutos seguidos. Travestis e transexuais gritavam agradecimentos à secretária e entoaram um grito de guerra ("Atrás de um silicone também bate um coração"). Para deixar Gallo mais emocionada os presentes fizeram ecoar um grito de "abaixo a homofobia". Em sua fala e ainda muito emocionada a secretaria disse que a portaria "não foi um presente, mas um direito conquistado". "Sem cidadania não se faz democracia, é fundamental que essa discussão se inicie na escola", declarou a secretária, sob fortes aplausos.Outra pessoa que protagonizou um grande momento da abertura foi o diretor adjunto do Programa Nacional de DST/AIDS, Eduardo Barbosa ao dizer que a falta de comunicação pode ser um dos principais problemas no combate ao HIV. "Talvez se na minha época eu tivesse informação não teria me tornado um soropositivo", afirmou. Claudio Nascimento, do Grupo Arco Íris interrompeu e disse em voz alta que "tem que ser muito corajoso para dizer isso (assumir-se soropositivo)". Barbosa reforçou que "ainda hoje é muito difícil falar sobre isso".Com certeza foi a noite dos momentos fortes. Toni Reis, presidente da ABGLT, prestou homenagem a Paulo Biagi, coordenador do programa Brasil Sem Homofobia, morto há uma semanas em acidente de carro. "Ao dizer o nome de Paulo, quero todos gritem 'presente!'", pediu Toni Reis. "Paulo Biaggi?", disse Toni. "Presente!" gritaram todos. Foi emocionante. Toni ressaltou que uma das principais luta do movimento é garantir o Estado laico e combater os fundamentalistas e lembrou que todas as derrotas políticas da comunidade LGBT nas assembleias, câmaras e senados tiveram argumentos "homofobicos e religiosos" como base. Por fim, leu a canção "We are the champions" para dizer a todos que estavam presentes que são vitoriosos. "A gente não desiste e continua lutando. Esse congresso é uma vitoria", finalizou. Participaram também da mesa a vice-presidente transexual da ABGLT, Lili Anderson; a vice-presidente lésbica, Yone Lindgren; Eduardo Costa, da Advocacia Geral da União; Perly Cipriano, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH); Ricardo Almeida, representando o Ministério da Cultura; Arnaldo Jordi representando a Assembleia Legislativa de Belém; Leila Márcia, da secretária de Justiça do Estado do Pará e Beto Paes, um dos organizadores do evento.
domingo, 19 de abril de 2009
ASSASSINATOS DE GAYS CRESCEM....
Assassinatos de gays crescem 55% em 2008, diz relatório15 de abril de 2009 • 19h30Um relatório do Grupo Gay da Bahia aponta que 190 homossexuais foram assassinados no Brasil em 2008, o que representa um aumento de 55% em relação ao ano anterior, que teve 122 homicídios.Segundo o levantamento, Pernambuco é o Estado mais violento, com 27 assassinatos, e o Nordeste, a região mais perigosa - um gay nordestino corre 84% mais risco de ser assassinado do que nas regiões Sudeste e Sul.O estudo mostra que 13% das vítimas tinham menos de 21 anos e predominam os travestis profissionais do sexo, cabeleireiros, professores e ambulantes. O Brasil é o campeão mundial de crimes homofóbicos, seguido do México, com 35 assassinatos em 2008, e Estados Unidos, com 25.De 1980 a 2008, foram documentados 2.998 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, concentrando- se 18% na década de 80, 45% nos anos 90 e 35% (1.168 casos) a partir de 2000.Os dados baseiam-se em notícias de jornal e internet, já que não existem estatísticas governamentais sobre crimes de ódio no Brasil. Os dados do relatório são creditados e citados pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos e pelo Departamento de Estado dos EUA.
LGBTs ANIVERSÁRIO DE DF
Pela primeira vez na História do Brasil Grupos LGBT's participarão dos 40 anos do aniversário de Brasília.
A Federação LGBT do Distrito Federal e Entorno e suas entidades afiliadas terão um estande cedido pelo Governo do Distrito Federal no dia 21 de abril no gramado da Esplanada dos Ministérios. Será a primeira vez que a população/movimento LGBT terá espaço no dia do aniversário de Brasília.
No estande será realizada distribuição de preservativos, informativos gerais da temática LGBT, DST/Aids e Homofobia. Além disso, faremos uma homenagem a Paulo Biagi, ativista falecido recentemente.
Divulgaremos as Paradas da Diversidade LGBT das Cidades do Distrito Federal e Entorno com a presença das drags Alice Bombom, Baby Happy e Nicole Francyne: 7 de junho, Plano Piloto (Torre de TV); 26 de julho, Sobradinho; 16 de agosto, Ceilândia; 13 de setembro, Gama; 27 de setembro, Recanto das Emas - um projeto inovador da Federação LGBT DFE. Uma bandeira do arco-íris gigante também estará aberta durante todo o evento.
Iremos continuar a campanha pelos direitos previdenciários no DF e denunciar a homofobia de alguns parlamentares em relação a este projeto de lei que tramita na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Aguardamos sua presença,
Abraços comemorativos,
A Federação LGBT do Distrito Federal e Entorno e suas entidades afiliadas terão um estande cedido pelo Governo do Distrito Federal no dia 21 de abril no gramado da Esplanada dos Ministérios. Será a primeira vez que a população/movimento LGBT terá espaço no dia do aniversário de Brasília.
No estande será realizada distribuição de preservativos, informativos gerais da temática LGBT, DST/Aids e Homofobia. Além disso, faremos uma homenagem a Paulo Biagi, ativista falecido recentemente.
Divulgaremos as Paradas da Diversidade LGBT das Cidades do Distrito Federal e Entorno com a presença das drags Alice Bombom, Baby Happy e Nicole Francyne: 7 de junho, Plano Piloto (Torre de TV); 26 de julho, Sobradinho; 16 de agosto, Ceilândia; 13 de setembro, Gama; 27 de setembro, Recanto das Emas - um projeto inovador da Federação LGBT DFE. Uma bandeira do arco-íris gigante também estará aberta durante todo o evento.
Iremos continuar a campanha pelos direitos previdenciários no DF e denunciar a homofobia de alguns parlamentares em relação a este projeto de lei que tramita na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Aguardamos sua presença,
Abraços comemorativos,
terça-feira, 14 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
ARTIGO DRAUZIO VARELA AS TRAVESTIS.
O Artigo Drauzio Varela sobre as TRavestis. Toni
Sábado, 11 de Abril de 2009Desprezo da sociedade pelos travestis não tem comparação, diz Drauzio Varella por Drauzio Varella, para a Folha de S.PauloDe todas as discriminações sociais, a mais pérfida é a dirigida contra os travestis.Se fosse possível juntar os preconceitos manifestados contra negros, índios, pobres, homossexuais, garotas de programa, mendigos, gordos, anões, judeus, muçulmanos, orientais e outras minorias que a imaginação mais tacanha fosse capaz de repudiar, a somatória não resvalaria os pés do desprezo virulento que a sociedade manifesta pelos travestis. Quem são esses jovens travestidos de mulheres fatais, que expõem o corpo com ousadia nas esquinas da noite e na beira das estradas?Apesar da diversidade que os distingue, todos têm em comum a origem: são filhos das camadas mais pobres da população.A homossexualidade é tão velha quanto a humanidade, sempre existiu uma minoria de homens e mulheres homossexuais em qualquer classe social; caracteristicamente, no entanto, travestis só aparecem nas famílias humildes.Na infância, foram meninos com jeito afeminado que, se tivessem nascido entre gente culta e com posses, poderiam ser profissionais liberais, artistas plásticos, empresários, costureiros, atores de sucesso. Mas, como tiveram o infortúnio de vir ao mundo no meio da pobreza e da ignorância, experimentaram toda a sorte de abusos: foram xingados nas ruas, ridicularizados na escola, violentados pelos mais velhos, ouviram cochichos e zombarias por onde passaram, apanharam de pais e irmãos envergonhados.Em ambiente tão hostil poucos conseguem concluir os estudos elementares. Na adolescência, com a autoestima rebaixada, despreparados intelectualmente, saem atrás de trabalho. Quem dá emprego para homossexual pobre?Se para os mais ricos com diploma universitário não é fácil, imagine para eles. O máximo que conseguem é lugar de cozinheiro em botequim, varredor de salão de beleza na periferia ou atividade semelhante sem carteira assinada.Vivendo nessa condição, o menino aprende com os parceiros de sina que bastará hormônio feminino, maquiagem para esconder a barba, uma saia mínima com bustiê, sapato alto e um bom ponto na avenida para ganhar numa noite mais do que o salário do mês.Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma ele deve ter feito para merecer", pensam todos.Levado para a delegacia irá parar numa cadeia masculina. Como conseguem sobreviver de sainha e bustiê em celas com 20 ou 30 homens, numa situação em que o mais empedernido machão corre perigo, é para mim um dos mistérios da vida no cárcere, talvez o maior deles.A condição de saúde dos travestis é precária. Não existe um serviço de saúde com endocrinologistas para orientá-los a respeito dos hormônios femininos que tomam por conta própria.Muitos injetam silicone na face, nas nádegas, nas coxas, mas sem dinheiro para adquirir o de uso médico, fazem-no com silicone industrial comprado em casa de materiais de construção, injetado por pessoas despreparadas, sem qualquer cuidado de higiene. Com o tempo, esse silicone impróprio escorre entre as fibras musculares dando origem a inflamações dolorosas, desfigurantes, difíceis de debelar.Ainda os portadores do vírus da Aids encontram algum apoio e assistência médica nos centros especializados, locais em que os funcionários estão mais preparados para aceitar a diversidade sexual. Nos hospitais gerais, entretanto, poucos conseguem passar da portaria, barrados pelo preconceito generalizado, praga que não poupa médicos, enfermeiras e pessoal administrativo.Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis. Um local em que pudessem ser acolhidos com respeito, para receber orientações sobre uso e complicações de hormônios femininos e silicone industrial, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro.A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, só porque eles decidiram adotar a identidade feminina, direito de qualquer um. Quem somos nós para condená-los?Que autoritarismo preconceituoso é esse que lhes nega acesso à assistência médica, direito mínimo garantido pela Constituição até para o criminoso mais sanguinário?
Sábado, 11 de Abril de 2009Desprezo da sociedade pelos travestis não tem comparação, diz Drauzio Varella por Drauzio Varella, para a Folha de S.PauloDe todas as discriminações sociais, a mais pérfida é a dirigida contra os travestis.Se fosse possível juntar os preconceitos manifestados contra negros, índios, pobres, homossexuais, garotas de programa, mendigos, gordos, anões, judeus, muçulmanos, orientais e outras minorias que a imaginação mais tacanha fosse capaz de repudiar, a somatória não resvalaria os pés do desprezo virulento que a sociedade manifesta pelos travestis. Quem são esses jovens travestidos de mulheres fatais, que expõem o corpo com ousadia nas esquinas da noite e na beira das estradas?Apesar da diversidade que os distingue, todos têm em comum a origem: são filhos das camadas mais pobres da população.A homossexualidade é tão velha quanto a humanidade, sempre existiu uma minoria de homens e mulheres homossexuais em qualquer classe social; caracteristicamente, no entanto, travestis só aparecem nas famílias humildes.Na infância, foram meninos com jeito afeminado que, se tivessem nascido entre gente culta e com posses, poderiam ser profissionais liberais, artistas plásticos, empresários, costureiros, atores de sucesso. Mas, como tiveram o infortúnio de vir ao mundo no meio da pobreza e da ignorância, experimentaram toda a sorte de abusos: foram xingados nas ruas, ridicularizados na escola, violentados pelos mais velhos, ouviram cochichos e zombarias por onde passaram, apanharam de pais e irmãos envergonhados.Em ambiente tão hostil poucos conseguem concluir os estudos elementares. Na adolescência, com a autoestima rebaixada, despreparados intelectualmente, saem atrás de trabalho. Quem dá emprego para homossexual pobre?Se para os mais ricos com diploma universitário não é fácil, imagine para eles. O máximo que conseguem é lugar de cozinheiro em botequim, varredor de salão de beleza na periferia ou atividade semelhante sem carteira assinada.Vivendo nessa condição, o menino aprende com os parceiros de sina que bastará hormônio feminino, maquiagem para esconder a barba, uma saia mínima com bustiê, sapato alto e um bom ponto na avenida para ganhar numa noite mais do que o salário do mês.Uma vez na rua, todo travesti é considerado marginal perigoso, sem nenhuma chance de provar o contrário. Pode ser preso a qualquer momento, agredido ou assassinado por algum psicopata, que nenhum transeunte moverá um dedo em sua defesa. "Alguma ele deve ter feito para merecer", pensam todos.Levado para a delegacia irá parar numa cadeia masculina. Como conseguem sobreviver de sainha e bustiê em celas com 20 ou 30 homens, numa situação em que o mais empedernido machão corre perigo, é para mim um dos mistérios da vida no cárcere, talvez o maior deles.A condição de saúde dos travestis é precária. Não existe um serviço de saúde com endocrinologistas para orientá-los a respeito dos hormônios femininos que tomam por conta própria.Muitos injetam silicone na face, nas nádegas, nas coxas, mas sem dinheiro para adquirir o de uso médico, fazem-no com silicone industrial comprado em casa de materiais de construção, injetado por pessoas despreparadas, sem qualquer cuidado de higiene. Com o tempo, esse silicone impróprio escorre entre as fibras musculares dando origem a inflamações dolorosas, desfigurantes, difíceis de debelar.Ainda os portadores do vírus da Aids encontram algum apoio e assistência médica nos centros especializados, locais em que os funcionários estão mais preparados para aceitar a diversidade sexual. Nos hospitais gerais, entretanto, poucos conseguem passar da portaria, barrados pelo preconceito generalizado, praga que não poupa médicos, enfermeiras e pessoal administrativo.Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis. Um local em que pudessem ser acolhidos com respeito, para receber orientações sobre uso e complicações de hormônios femininos e silicone industrial, prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro.A saúde pública não pode continuar dando as costas para essa minoria de homens, só porque eles decidiram adotar a identidade feminina, direito de qualquer um. Quem somos nós para condená-los?Que autoritarismo preconceituoso é esse que lhes nega acesso à assistência médica, direito mínimo garantido pela Constituição até para o criminoso mais sanguinário?
nota de falecimento Paulo Biagi.
Nota de condolência da ABGLT
Falecimento de Paulo Biagi
É com pesar que recebemos a notícia do falecimento de Paulo Biagi, que faleceu em acidente automobilístico esta madrugada (12/04).
Paulo Biagi era funcionário da Caixa Econômica Federal, e trabalhava atualmente na Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, no Programa Brasil Sem Homofobia.
Com sua personalidade sempre disposta e agitada, foi uma personalidade fundamental na organização e execução da I Conferência Nacional LGBT, em 2008, e um dos articuladores do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), que será lançado no próximo dia 14 de maio.
Participou de diversos eventos com a comunidade LGBT brasileira e representou o Brasil nos Estados Unidos no mês passado num evento de direitos humanos LGBT. Também no mês passado participou com a ABGLT nas audiências no Supremo Tribunal Federal, com os ministros Gilmar Mendes e Carlos Ayres Britto.
A ABGLT dedicará seu III Congresso, que será realizado de 17 a 21 abril de 2009 em Belém do Pará, à memória desse grande ativista pelos direitos humanos LGBT
Paulo Biagi ficará referenciado como nosso grande companheiro de luta. Que seu exemplo de garra permaneça em nossa memória.
“Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos."
Aos familiares, amigos, companheiros e companheiras da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, nossos profundos e sinceros sentimentos.
ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Falecimento de Paulo Biagi
É com pesar que recebemos a notícia do falecimento de Paulo Biagi, que faleceu em acidente automobilístico esta madrugada (12/04).
Paulo Biagi era funcionário da Caixa Econômica Federal, e trabalhava atualmente na Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, no Programa Brasil Sem Homofobia.
Com sua personalidade sempre disposta e agitada, foi uma personalidade fundamental na organização e execução da I Conferência Nacional LGBT, em 2008, e um dos articuladores do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), que será lançado no próximo dia 14 de maio.
Participou de diversos eventos com a comunidade LGBT brasileira e representou o Brasil nos Estados Unidos no mês passado num evento de direitos humanos LGBT. Também no mês passado participou com a ABGLT nas audiências no Supremo Tribunal Federal, com os ministros Gilmar Mendes e Carlos Ayres Britto.
A ABGLT dedicará seu III Congresso, que será realizado de 17 a 21 abril de 2009 em Belém do Pará, à memória desse grande ativista pelos direitos humanos LGBT
Paulo Biagi ficará referenciado como nosso grande companheiro de luta. Que seu exemplo de garra permaneça em nossa memória.
“Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos."
Aos familiares, amigos, companheiros e companheiras da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, nossos profundos e sinceros sentimentos.
ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais
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